ENTRANDO NA LINGUAGEM DA TEMPESTADE
a tempestade fez voar o meu telefone fixo. O vento entrou-me pelas frinchas todas ao mesmo tempo com a boca aberta: dizia lugre verde: tigre e uivava como nos poemas do século XIX, em que o poeta se abre cheio de pasmo para as manifestações da natureza.
Nós reduzimos tudo a fenómenos físicos, electromagnéticos, a explicações rassurantes. Mas quando o relâmpago cruzou a sala e os meus gatos ficaram transparentes senti que todas a gavetas se abriam um pouco, queriam guardar a voz e a luz do relâmpago.
Depois caíu granizo fazendo tinir o telhado como um sino. O céu à pedrada, como um puto, como um puma. O cérebro primitivo e o outro mais moderno no entanto gostam e precisam de estar em contacto directo com as forças da natureza. Um ser sem abertura a uma noite de vulcões voadores é um pobre ser.
cada vez sou mais animista. Um animista com párarraios? No fundo, como os poetas-shamans eu sou de facto um pára-raios: absorvo relâmpagos. Lavo-me com a luz da tempestade.
Nós reduzimos tudo a fenómenos físicos, electromagnéticos, a explicações rassurantes. Mas quando o relâmpago cruzou a sala e os meus gatos ficaram transparentes senti que todas a gavetas se abriam um pouco, queriam guardar a voz e a luz do relâmpago.
Depois caíu granizo fazendo tinir o telhado como um sino. O céu à pedrada, como um puto, como um puma. O cérebro primitivo e o outro mais moderno no entanto gostam e precisam de estar em contacto directo com as forças da natureza. Um ser sem abertura a uma noite de vulcões voadores é um pobre ser.
cada vez sou mais animista. Um animista com párarraios? No fundo, como os poetas-shamans eu sou de facto um pára-raios: absorvo relâmpagos. Lavo-me com a luz da tempestade.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home