DESCARTES ARBORIZADO
René Descartes não é responsável pelo cartesianismo implantado no cérebro francês corrente, um dos mais limitados do mundo. Em França e nas cabecitas francesas correntes tudo obedece à ditadura geométrica: as praças, as podas, as cabeças, os jardins, os artigos de fundo e os triângulos amorosos e a franja do Abbé Pierre. Entrar num jardim francês, com a sua opressiva simetria e disposição geométrica, é ver em acção a manicure extrema da natureza. Ou seja, a tentativa de tirar o natural à natureza, de domesticá-la, de torná-la aceitável e "humana" reduzindo-a a proposições lógicas. Os jardins franceses, são "trop pensés", tem que acolher a "ordem" e a higiene das linhas rectas, para que neles entre a desordem das flores, a desordem do génio, aquele grau do espontâneo que tanto acolhe a razão como a fantasia, sem achar que esta última seja a louca da casa.
René Descates, no entanto, é responsável por ter definido os animais como autómatos, ou seja desprovidos de razão e sentimento. No fundo, foi o primeiro a conceber os animais como digitais, como máquinas digitais. No que foi seguido, com alegria por todos os camponeses do mundo criadores de animais, que sem o saber se tornaram cartesianos empíricos. Sendo que após a famigerada "Revolução Industrial" (conseguiremos sair dos cacos?), a última consequência do cartesianismo prático, além de ter metido os animais domésticos todos sem excepção na prisão, é a chamada "Indústria Alimentar" (a maior inimiga dos alimentos, visto que lhes retira sabor e qualidade, e os massifica) que cunhou esta expressão horrível "produtos animais."
Outra expressão horrível do cartesianismo dominante: "espaços verdes". E é graças a estas pázadas reducionistas que se "construiu o futuro" aqui no "foco de mandriice..." O símbolo da era em Portugal não foi o botão, mas o bulldozer. Agora há que desconstruir o futuro. Tarefa ingente em Portugal, descontruir quase tudo o que se fez nos últimos infelizes quarenta anos. Serão necessários centenas de "architecture doctors", no sentido de Hundertwasser. E criar vários movimentos de libertação dos subúrbios, onde grande parte da população foi aprisionada.
Será necessário arborizar Descartes.
René Descates, no entanto, é responsável por ter definido os animais como autómatos, ou seja desprovidos de razão e sentimento. No fundo, foi o primeiro a conceber os animais como digitais, como máquinas digitais. No que foi seguido, com alegria por todos os camponeses do mundo criadores de animais, que sem o saber se tornaram cartesianos empíricos. Sendo que após a famigerada "Revolução Industrial" (conseguiremos sair dos cacos?), a última consequência do cartesianismo prático, além de ter metido os animais domésticos todos sem excepção na prisão, é a chamada "Indústria Alimentar" (a maior inimiga dos alimentos, visto que lhes retira sabor e qualidade, e os massifica) que cunhou esta expressão horrível "produtos animais."
Outra expressão horrível do cartesianismo dominante: "espaços verdes". E é graças a estas pázadas reducionistas que se "construiu o futuro" aqui no "foco de mandriice..." O símbolo da era em Portugal não foi o botão, mas o bulldozer. Agora há que desconstruir o futuro. Tarefa ingente em Portugal, descontruir quase tudo o que se fez nos últimos infelizes quarenta anos. Serão necessários centenas de "architecture doctors", no sentido de Hundertwasser. E criar vários movimentos de libertação dos subúrbios, onde grande parte da população foi aprisionada.
Será necessário arborizar Descartes.
2 Comments:
Bonita pintura do Amadeo, mais uma das que sempre esteve exposta na Gulbenkian e que durante anos poucos observavam com atenção até serem obrigados a irem picar o ponto.
Esse olho preconceituoso nunca vê nada e só por isso é um triste, destrutivo e limitado. Há que regá-lo com salpicos de água de trutas.
Caríssimo Barco,
Obrigado pela visita.
Os jornais, a rádio, a TV. a Assírio e Alvim e a Gulbenkian, desta vez conseguiram este fenómeno: um pouco mais de 100.000 pessoas foram ver a expo. do Amadeo.
Mais do que todos os espectadores de futebol de todos os jogos da 1a Liga em dois ou três domingos.
Qualquer coisa mudou. Mas continuaremos a regar com salpicos de água de trutas os olhos do exército do preconceito. Porquê? Só por puro dandysmo.
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