O SUICÍDIO DO PÚBLICO
Para os amantes das efêmerides o facto de o Suicídio do Público coincidir com a vitória da despenalização do aborto não passará desapercebida. O novo jornal que agora se apresenta com um tipo de letra criado especialmente para a ocasião, minúscula, de difícil leitura, arredando leitores com mais de 40 anos e vista cansada, é digamos desde já incaracterístico. Cito a opinião da dona do quiosque, que vende jornais já há mais de quarenta anos: "confunde-se com o Diário de Notícias".
De facto, do ponto de vista jornalístico o novo(?) Público subscreve o relativismo absoluto, não há distinção de espécie alguma entre o que é artigo de jornal e o que é publicidade. As páginas de publicidade inserem-se no corpo do jornal a qualquer momento, sem que o texto publicitário se tenha elevado às regiões da estética literária.
O assumido inassumidíssimo Editorial, em vez de estar num lugar de destaque, deslocou-se para as regiões límbicas ou sub límbicas do jornal. Uma infeliz fotografia que mostra o director com uma expressão neurótica coroa-o. Está no sopé da página. Subverteu-se a hierarquia, aquilo que seria a consciência maior do jornal, a expressão da sua filosofia foi ridicularizada, nem no limbo consegue um lugar cimeiro. Se o editorial é igual a uma página de publicidade, e se cada artigo equivale ao editorial e à publicidade, atingiu-se a suprema amorfia e ter-se-á realizado a disgnose fundamental da democracia que nivela tudo por baixo.
Propomos o nome de "audiose" para a doença dos media que significa querer captar audiências a não importa que preço, nem que seja o do suícidio. O Público, com efeito, nesta sua nova (?) fase multiplica os sintomas da sua opção radical de corte com o passado. Decapitou o Logotipo de Cayatte, reduziu o antigo tipo de letra à inexistência, e salpicou o jornal com uma paleta de cores baratas, evocativas de jornais da ex-cortina de Ferro (e como sub-mensagem nos recordam que vivemos dias socialistas) que o tornam inescapavelmente provinciano, um híbrido do jornal do Metro e do Sol e do DN. Ou seja uma coisa amorfa, muito mal parida, e pior suicidada que não dá vontade nenhuma de ler porque é todo ele um anúncio deprimente da Morte do Jornalismo
De facto, do ponto de vista jornalístico o novo(?) Público subscreve o relativismo absoluto, não há distinção de espécie alguma entre o que é artigo de jornal e o que é publicidade. As páginas de publicidade inserem-se no corpo do jornal a qualquer momento, sem que o texto publicitário se tenha elevado às regiões da estética literária.
O assumido inassumidíssimo Editorial, em vez de estar num lugar de destaque, deslocou-se para as regiões límbicas ou sub límbicas do jornal. Uma infeliz fotografia que mostra o director com uma expressão neurótica coroa-o. Está no sopé da página. Subverteu-se a hierarquia, aquilo que seria a consciência maior do jornal, a expressão da sua filosofia foi ridicularizada, nem no limbo consegue um lugar cimeiro. Se o editorial é igual a uma página de publicidade, e se cada artigo equivale ao editorial e à publicidade, atingiu-se a suprema amorfia e ter-se-á realizado a disgnose fundamental da democracia que nivela tudo por baixo.
Propomos o nome de "audiose" para a doença dos media que significa querer captar audiências a não importa que preço, nem que seja o do suícidio. O Público, com efeito, nesta sua nova (?) fase multiplica os sintomas da sua opção radical de corte com o passado. Decapitou o Logotipo de Cayatte, reduziu o antigo tipo de letra à inexistência, e salpicou o jornal com uma paleta de cores baratas, evocativas de jornais da ex-cortina de Ferro (e como sub-mensagem nos recordam que vivemos dias socialistas) que o tornam inescapavelmente provinciano, um híbrido do jornal do Metro e do Sol e do DN. Ou seja uma coisa amorfa, muito mal parida, e pior suicidada que não dá vontade nenhuma de ler porque é todo ele um anúncio deprimente da Morte do Jornalismo
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