À ESPERA DE CIDADES COM GOSTO
Uma cidade com gosto é sempre vagamente inacessível e demora tempo para se descobrir. Tem sítios absolutamente únicos e uma luz maravilhosa, sempre diversa. É corrida por brisas. Há também uma luz especial nos olhos dos que a percorrem encantados. Há árvores. Ouvem-se pássaros. Vê-se o rio, o mar, entre casas. Corre um arrepio pela espinha, a alma dilata-se, aberta à surpresa.
Um centro comercial enorme é extremamente acessível, descobre-se em menos de meia hora, e causa dependência. Vê-se lá o mesmo que em outro centro comercial. A luz é fluorescente e deprimente. Respira-se ar condicionado. Não há árvores. Ouve-se música de pacote. Há uma cascata artificial quando muito, com um lago onde há plantas aquáticas de plástico. Não se ouvem pássaros. Sente-se claustrofobia. Milhares de consumocéfalos agitam as ventosas com uma mole agressividade.
Um centro comercial enorme é extremamente acessível, descobre-se em menos de meia hora, e causa dependência. Vê-se lá o mesmo que em outro centro comercial. A luz é fluorescente e deprimente. Respira-se ar condicionado. Não há árvores. Ouve-se música de pacote. Há uma cascata artificial quando muito, com um lago onde há plantas aquáticas de plástico. Não se ouvem pássaros. Sente-se claustrofobia. Milhares de consumocéfalos agitam as ventosas com uma mole agressividade.
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