OILVEIRAS
Uns burocratas sentados à mesa em Bruxelas, de repente decidem acabar com séculos de cultura: Arranquem as Oliveiras Velhas! escrevem secamente nas directivas. Substituam-nas por árvores novas! grita um cérebro podre, bruxeliano, de eurocrata de secretária.
Quem viajou por Espanha já viu a monótona e deprimente consequência de arranques de "árvores velhas" ( ouro racismo etário) substituídas por monótonos exércitos de árvores, alinhadas em quadrícula, em formação militar. Centenas de quilómetros quadrados deprimentes que deram cabo da paisagem. Sumos para o Insecto Colectivo.
Mas agora torcem os pulsos por terem cometido um eco-crime, um verdadeiro massacre dos inocentes.
Em França, há uns bons trinta, quarenta anos aconteceu o mesmo - em nome da agricultura industrial - arranque de árvores velhas. Agora estão arrependidíssimos.
Mais outro massacre que podia ter sido evitado.
Porque sucede que as árvores velhas são justamente as mais belas, as mais insólitas, as que tem mais poder - resistiram a séculos e a mais resistiriam - foram plantadas pelos nossos avôs e bisavôs. Representam a memória.
Mas de repente um Careta burocrata em Bruxelas, um eurocrata de cara aborrecida, faz um click, a directiva surge: arranquem-se as árvores velhas.
E pouco depois os inefáveis bulldozers aparecem e destroem-se num ápice - em nome da produtividade ( curioso fantasma muito apreciado pelos soviéticos de má memória) - séculos e séculos de árvores multicentenárias - são elas que fazem a beleza das nossas paisagens.
Ou seja, não só contente com impor-nos milhares e milhares de regras absurdas a CEE está-nos sistematicamente a roubar a beleza e a memória.
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