O CARACOL
senhor de um saber incerto e fiel o caracol sobe o muro
dias depois só o traço da baba o lembra,
e, de nós espiras, os homens metamorfoseiam os deuses
em pedras utilmente perdidas
a seu tempo, o homem que apaga
as palavras dos profetas sobe ao seu
Monte das transformações
bêbedo como um poeta russo
com o passo trémulo, o crânio em chamas,
e o seu duplo astral de dedo aflito
a querer desprender cada aranha imensa
que se despenha desde o infinito
nós caracol e muro
como um mar grego e antigo, mar e muro
então com nobreza
refugiamo-nos nas pedras lentas
do murmúrio
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