DA IMENSA PROVÍNCIA IMERSA
O vento velho
cor de emigrante
bate no Largo
coça as bóinas
sem gente
que ficaram suspensas no ar
junto às laranjeiras sem noivas
enquanto abril cruel
e desdentado
jogando couces
segue somando relâmpagos
e a carrinha dos mongolóides
da CERCI
passa depressa
com carinhas pequenas, feias,
às caretas perpétuas
e o sr. Marçalves depois de
arrumar a fruta no caixote cospe
e coça as bolas
por rotina e desleixo
e cai-lhe um caroço
do bolso
e um cão antigo
e monótono
alivia-se contra o pneu
duma carrinha
Enquanto no alto do Castelo
sob um céu azul de império
abolido
passam aristocratas
as últimas nuvens brancas
Pintura de Matta
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