O HOMEM QUE PINTAVA A SUA SOMBRA NAS PAREDES DA CIDADE
Quando, aproveitando a confusão dos graffittis e a nova liberdade, começou a pintar a sua sombra nas paredes da cidade julgou que era um acto lúdico, com algum narcisismo (a parede como espelho), como um gesto precursor do site-speficic. Foi desenhando a sua sombra ao longo dos bares do cais, depois mais longe, para o interior da cidade. Não acrescentava nenhum comentário escrito. Apenas a sua sombra, tal como a via à luz do sol, ou projectada pelas múltiplas fontes de iluminação nocturna. Ao princípio, e mesmo durante muito tempo, à medida que a sua sombra pintada se aproximava do centro da cidade pintava-a de negro. Em parte, por realismo, em parte, para se destacar da massa cromática dos graffitis e dos anúncios de publicidade. Ao chegar ao centro da cidade, só porque não tinha mais tinta negra, começou a pintar a sombra de azul.
Mais tarde, qualquer cor lhe servia. Ainda tentou alguns contrastes primários, pintar a sua sombra amarela junto de um anúncio com o azul como cor dominante, ou pintar a sua sombra verde junto de um graffiti quase completamente vermelho. Mas em breve desistiu disso e pintava-a com qualquer cor. Até que, um dia, junto dos graffitis, dos anúncios de publicidade ou de fosse o que fosse que estuvesse pintado ou colado às paredes ele começou a reproduzir minuciosamente os graffitis e os anúncios de publicidade. Sem querer a sua sombra aumentara de dimensões e reproduzia tudo o que estava nas paredes da cidade e por fim não havia parede da cidade que não ostentasse a sua sombra que se tornara a sombra dos anúncios e dos graffitis.
Pintura de Matta
Mais tarde, qualquer cor lhe servia. Ainda tentou alguns contrastes primários, pintar a sua sombra amarela junto de um anúncio com o azul como cor dominante, ou pintar a sua sombra verde junto de um graffiti quase completamente vermelho. Mas em breve desistiu disso e pintava-a com qualquer cor. Até que, um dia, junto dos graffitis, dos anúncios de publicidade ou de fosse o que fosse que estuvesse pintado ou colado às paredes ele começou a reproduzir minuciosamente os graffitis e os anúncios de publicidade. Sem querer a sua sombra aumentara de dimensões e reproduzia tudo o que estava nas paredes da cidade e por fim não havia parede da cidade que não ostentasse a sua sombra que se tornara a sombra dos anúncios e dos graffitis.
Pintura de Matta
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