UM PAÍS BONECA-RUSSA
- Mylord Drummond...
- What?
- We don´t have a country yet...
- Is that dangerous?
- Extremely.
- What?
- We don´t have a country yet...
- Is that dangerous?
- Extremely.
Somos um país-boneca-russa, ou um país que é vários países dentro de outro. Seria bom para a variedade, mas os países são todos faz-de-conta.
Há o país sério, razoável, europeu, de boas contas faz-de-conta que mostramos aos manda-chuvas de Bruxelas para que não nos seringuem a mona pela falta de cumprimento na taxa de crescimento. Há o país aliado da Inglaterra que mostramos ao nosso amo predilecto, a Inglaterra. Há o país aliado dos EUA, que lhes dá por uma ninharia a base dos Açores, enquanto coça o pé direito com o pé esquerdo. Há o país mau hermano da Espanha, que à primeira ocaisão está disposto a enfiar uma naifa nos costados espanhóis, desde que pinguem as euro-pesetas para cá. Há o país do Scolari cheio de bandeiras e fé no chute. Há o país que enverga a cara de Pai protector e chefia os países Palops, que falam português à preto. Há o país dos bancos que fazem lucros incalculáveis com o nosso dinheiro. Há o país que protege Timor, ou seja que manda a GNR para que esta dê porrada nos timorenses recalcitrantes, para que lá vingue a democracia. Somos o país irmão do Brasil, para onde mandamos as nossas empresas de sucesso sugar o sangue ao indígena, sempre é mais simpático um vampiro que fale a mesma língua. Somos o país que alinha no novo exército global, e despacha mais GNR pró Iraque e tropa prá Bósnia. Somos o país do Sol, do Sul, da Saudade. E Do Bacalhau, do Bolo e do Barato. E Do TGV da treta, e da TV mais chata do mundo a seguir à Roménia, e do Tejo. Somos o país dos poetas. E somos o país que faz as maiores coisas do mundo, a maior árvore de Natal, o maior aeroporto sobre estacas, a maior central eléctrica solar.
Depois há o país dos políticos que se divide em dois partidos um liderado por um primadona da esquerda, outro por outro prima dona, só que de direita. Um pratica a política do outro e vice versa. E há o país da psicoterapia de grupo, a Assembleia Nacional onde se faz um monte de leis que favorece sempre e em primeiro lugar quem governa e quem os acolhe quando sairem da política para as empresas. Há também o país de uns sisudos que dizem assim "falemos do país real" sem se referirem a qual deles é por manifesta incapacidade de ver qual dos coelhos da cartola é que é esse.
Depois no meio de todos estes países acima descritos (e dos muitos que faltou dizer como o País dos Bombeiros, o País dos ókranianos, o País dos dentistas brazucas, etc.) há os países cadáveres, como o País-pátria de Camões (a que há muito já lhe limparam o sebo), o país do litoral, que se transforma num marasmo cheio de turistas pobres ávidos por cerveja barata, como no Alagarve, o país dos autarcas cheio de rotundas e sinais de trânsito e "empreendimentos". E o país dos que vão a Fátima, e acreditam no fado, e nos tramam a vida com mais estádios de futebol na maior parte vazios.
Há o país sério, razoável, europeu, de boas contas faz-de-conta que mostramos aos manda-chuvas de Bruxelas para que não nos seringuem a mona pela falta de cumprimento na taxa de crescimento. Há o país aliado da Inglaterra que mostramos ao nosso amo predilecto, a Inglaterra. Há o país aliado dos EUA, que lhes dá por uma ninharia a base dos Açores, enquanto coça o pé direito com o pé esquerdo. Há o país mau hermano da Espanha, que à primeira ocaisão está disposto a enfiar uma naifa nos costados espanhóis, desde que pinguem as euro-pesetas para cá. Há o país do Scolari cheio de bandeiras e fé no chute. Há o país que enverga a cara de Pai protector e chefia os países Palops, que falam português à preto. Há o país dos bancos que fazem lucros incalculáveis com o nosso dinheiro. Há o país que protege Timor, ou seja que manda a GNR para que esta dê porrada nos timorenses recalcitrantes, para que lá vingue a democracia. Somos o país irmão do Brasil, para onde mandamos as nossas empresas de sucesso sugar o sangue ao indígena, sempre é mais simpático um vampiro que fale a mesma língua. Somos o país que alinha no novo exército global, e despacha mais GNR pró Iraque e tropa prá Bósnia. Somos o país do Sol, do Sul, da Saudade. E Do Bacalhau, do Bolo e do Barato. E Do TGV da treta, e da TV mais chata do mundo a seguir à Roménia, e do Tejo. Somos o país dos poetas. E somos o país que faz as maiores coisas do mundo, a maior árvore de Natal, o maior aeroporto sobre estacas, a maior central eléctrica solar.
Depois há o país dos políticos que se divide em dois partidos um liderado por um primadona da esquerda, outro por outro prima dona, só que de direita. Um pratica a política do outro e vice versa. E há o país da psicoterapia de grupo, a Assembleia Nacional onde se faz um monte de leis que favorece sempre e em primeiro lugar quem governa e quem os acolhe quando sairem da política para as empresas. Há também o país de uns sisudos que dizem assim "falemos do país real" sem se referirem a qual deles é por manifesta incapacidade de ver qual dos coelhos da cartola é que é esse.
Depois no meio de todos estes países acima descritos (e dos muitos que faltou dizer como o País dos Bombeiros, o País dos ókranianos, o País dos dentistas brazucas, etc.) há os países cadáveres, como o País-pátria de Camões (a que há muito já lhe limparam o sebo), o país do litoral, que se transforma num marasmo cheio de turistas pobres ávidos por cerveja barata, como no Alagarve, o país dos autarcas cheio de rotundas e sinais de trânsito e "empreendimentos". E o país dos que vão a Fátima, e acreditam no fado, e nos tramam a vida com mais estádios de futebol na maior parte vazios.
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