EMPRESTA-ME A TUA GÁRGULA
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Empresta-me a tua gárgula
não quero saber da tua mota
empresta-me a tua gárgula
dá-lhe um nó na cornadura
que eu deito fora a gravata
não quero saber
do teu cartão multibanco
nem se tu mereces
os teus cabelos de um ruivo reles
se a vida é selvagem?
só na telenøvela. Anda vem
prá vida ruim, sem TV a cores
sem o elegante e dinâmico
electrodoméstico nem carrão
de vidro fumado à porta
vem, sem o luxo urbano
do ar condicionado
empresta-me a tua gárgula
pinga-chuva maculada
com ar de peste trocista
em fuga do Natal bem oleado
e da maior árvore de Natal do Porto
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