TERRIBLE IS THE EARTH (Herman Melville)
Ah! hoje em dia tudo tem que se dizer atrás da Lua. E além disso falar com a boca cheia de cinza - chegaram os dias despóticos de novo. O ditador é fluido e longo - é o tempo todo. As suas maquinetas encheram o espaço inteiro - não nos deixam ser da terra, do seu canto rude
Assim tropeçamos sobre calcinações, restos da chama ruiva do porvir.Morremos todos por uma delicadeza imbecil? as listas telefónicas abrem as suas grutas de Neptuno. Mas não temos sereias novas para povoá-las. Onde pára o mundo antigo e os seus deuses? A porta de carvalho da casa de Miguel Torga está partida no chão. Então como entrar na poesia da montanha?
O homem condenado entretanto faz anúncios para shampôs de cabelo. A beleza plástica encheu-se de novos formigueiros. Mas há uma ruga, um tique, nos olhos do Natal que nos devora. Como ouvir os sinos, se as festas apodreceram debaixo de montanhas de lixo as únicas a que subimos, cravando nelas as inúteis bandeiras?
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