OUT ONO
out ono (fora do ono)
greve genial dos gafanhotos
o animalário arrefece
as laranjas batem na cabeça
do homem verde
e o sol do alentejo é chá japonês
(convenceram-me a tomá-lo)
e eu que queria injectar um soneto
ou dois na veia
durante todo o dia fico a olhar
uma teia de A
ranha
(os meus brônquios são pentes
esquisitos, descodificam carbono
em cada prana)
Fugi do Hospital
das Rimas
com formigas penduradas
na Na
rina
Rima e narina, laranja e tangerina,
o Out
Ono
está out e tenho sono
se eu fosse um ouriço?
Mas eu já sou bicudo. Pico
sílabas co'a narina
Cato os piolhos do sentimento
sou um espantalho
por cima de um catavento
tudo disposto na máquina
patafísica
dos párraraios
do
pensa
mento
Out ono e os ovos vem tremidos
pelo fio do telefone fixo
o homem verde bate nas laranjas
com a respiração
delicada constelação:
vinha rubra
com fuga parda
(Bach na vitrola
Freud na consola
O john lennon das folhas caídas
a beber o sumo das sombras)
e eu? sou um cientista maluco
fingido de poeta
apanho asas de dínamos
que colo
nos mínimos
faróis da rima
e tangerina
out ono estrelas
para grilos
enquanto escorrego
por vales e sílabos
carregados da assassina
poesia
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