da NECESSIDADE DA MENTIRA
Não são os gregos nem os cretenses, somos nós os maiores mentirosos do mediterrâneo, esse mediterrâneo astuto e arcaico, que é a verdadeira Europa.
Falso parisiense e autêntico mediterrânico, Charles Baudelaire, percebeu como ninguém a relação necessária e vital de mentira que se estabelece entre o escritor e o seu irmão, hipócrita e semelhante: o leitor.
Trata-se de um pacto de ficções: eu aceito a tua máscara se tu te elevares às alturas do meu fingimento.
A arte é a mentira absoluta, e Platão, amicíssimo da verdade, percebeu que tinha de expulsá-la imediatamente do seu reino de virtudes necessárias para governar.
To rule, impor regras é o que faz qualquer governo, sendo assim anti-dionisiaco por essência. Inimigos mortais do que não é razoável, racional, os governos impõem, legislam. Ergueram-se contra o comportamento errático, e hoje em dia, o comportamento não produtivo.
A burguesia é paladina da moderação para si mesma, e da penúria disciplinada para os outros. A sexualidade burguesa é toda ela feita de pequenos pactos de supressão do exagero. Coitos singulares, moderados, numa penumbra crepuscular.
A sexualidade socialista também conhece o freio da moderação, e da utilidade.
Mal um símbolo se destaca a humanidade encarrega-se de lhe arranjar um cativeiro.
A necessidade de venerar stars corresponde ao desejo infantil de chupar no seu dedo julgando-o ser de outro.
Um bebé em geral destrói o mais que pode as mamas da mãe, além de que se torna o seu maior monopolista. Às vezes come-as.
Num país onde tudo é província, sobretudo as cidades iluminadas e incessantes que se entre devoram, onde estão os grandes movimentos cosmopolitas? Já não estão nas paredes. Há muito que a publicidade confiscou todas as paredes e todo o discurso alternativo.
Cidadãos de um sub-império abolido por distração, desleixo e deriva, reunimo-nos para nos assassinar devagar: comemos a alma dos outros à colher, com algum asco, como se fosse uma dose de veneno doce e enjoativo.
Os partidos políticos que tem a solução, e todos afirmam que a tem, mentem com muita convicção e com pouca arte. Mas imagine-se, por pura diversão, um partido que não prometesse nada a não ser dor, esforço, renúncia, sangue, suor e lágrimas? Comer-lhe-iam imediatamente os rins. Somos cães do conformismo dos futuros cheios de solidariedades e irmandades. Não toleramos a diferença, a dificuldade.
O império digital tem patinhas de aranha implantadas na teia de cada cérebro.
Sou do partido diversionário: tudo o que dizemos atrasa a produtividade e promove a preguiça, a única deusa latina que tem a voz firme, e a coxa rija.
As caras dos políticos desabam periodicamente, tem uma espantosa moleza, são feitas de espuma, de adesivo e de papel mata-borrão.
Maquiavel queria ser o Príncipe, e quase o conseguiu, mas no fim fechou-se dentro de todos os séculos por vir.
Um homem incapaz de produzir labirintos mentais não passa de uma linha recta entre a sua estupidez e a colectiva.
El Mio Cid, é como o Meu Minotauro - ambos me servem e a ambos eu sirvo.
A derrocada de uma cultura clássica, e a emergência do grunhido digital tem momentos de Fenda Brilhante!
A histeria das explicações, de querer explicar tudo produziu legiões de adultos miniatura, cheios de razão.
Não valeria a pena dar um bom ácido aos ministros. Com LSD um criador de porcos sonha com porcos.
O Reino dos Porcos está entre nós, e como perceberam muito agudamente os Pink Flloyd, eles voam, tem asas, discurso e pasme-se poesia!
Exercício de Pranayama prático: tape uma narina com um jornal do governo (são todos), faça uma pausa dentro de si (verá que você se evaporou. E quem está lá dentro? Um Porco? Um Réptil? Um Yogi? Um Comissário?). Expire.
Falso parisiense e autêntico mediterrânico, Charles Baudelaire, percebeu como ninguém a relação necessária e vital de mentira que se estabelece entre o escritor e o seu irmão, hipócrita e semelhante: o leitor.
Trata-se de um pacto de ficções: eu aceito a tua máscara se tu te elevares às alturas do meu fingimento.
A arte é a mentira absoluta, e Platão, amicíssimo da verdade, percebeu que tinha de expulsá-la imediatamente do seu reino de virtudes necessárias para governar.
To rule, impor regras é o que faz qualquer governo, sendo assim anti-dionisiaco por essência. Inimigos mortais do que não é razoável, racional, os governos impõem, legislam. Ergueram-se contra o comportamento errático, e hoje em dia, o comportamento não produtivo.
A burguesia é paladina da moderação para si mesma, e da penúria disciplinada para os outros. A sexualidade burguesa é toda ela feita de pequenos pactos de supressão do exagero. Coitos singulares, moderados, numa penumbra crepuscular.
A sexualidade socialista também conhece o freio da moderação, e da utilidade.
Mal um símbolo se destaca a humanidade encarrega-se de lhe arranjar um cativeiro.
A necessidade de venerar stars corresponde ao desejo infantil de chupar no seu dedo julgando-o ser de outro.
Um bebé em geral destrói o mais que pode as mamas da mãe, além de que se torna o seu maior monopolista. Às vezes come-as.
Num país onde tudo é província, sobretudo as cidades iluminadas e incessantes que se entre devoram, onde estão os grandes movimentos cosmopolitas? Já não estão nas paredes. Há muito que a publicidade confiscou todas as paredes e todo o discurso alternativo.
Cidadãos de um sub-império abolido por distração, desleixo e deriva, reunimo-nos para nos assassinar devagar: comemos a alma dos outros à colher, com algum asco, como se fosse uma dose de veneno doce e enjoativo.
Os partidos políticos que tem a solução, e todos afirmam que a tem, mentem com muita convicção e com pouca arte. Mas imagine-se, por pura diversão, um partido que não prometesse nada a não ser dor, esforço, renúncia, sangue, suor e lágrimas? Comer-lhe-iam imediatamente os rins. Somos cães do conformismo dos futuros cheios de solidariedades e irmandades. Não toleramos a diferença, a dificuldade.
O império digital tem patinhas de aranha implantadas na teia de cada cérebro.
Sou do partido diversionário: tudo o que dizemos atrasa a produtividade e promove a preguiça, a única deusa latina que tem a voz firme, e a coxa rija.
As caras dos políticos desabam periodicamente, tem uma espantosa moleza, são feitas de espuma, de adesivo e de papel mata-borrão.
Maquiavel queria ser o Príncipe, e quase o conseguiu, mas no fim fechou-se dentro de todos os séculos por vir.
Um homem incapaz de produzir labirintos mentais não passa de uma linha recta entre a sua estupidez e a colectiva.
El Mio Cid, é como o Meu Minotauro - ambos me servem e a ambos eu sirvo.
A derrocada de uma cultura clássica, e a emergência do grunhido digital tem momentos de Fenda Brilhante!
A histeria das explicações, de querer explicar tudo produziu legiões de adultos miniatura, cheios de razão.
Não valeria a pena dar um bom ácido aos ministros. Com LSD um criador de porcos sonha com porcos.
O Reino dos Porcos está entre nós, e como perceberam muito agudamente os Pink Flloyd, eles voam, tem asas, discurso e pasme-se poesia!
Exercício de Pranayama prático: tape uma narina com um jornal do governo (são todos), faça uma pausa dentro de si (verá que você se evaporou. E quem está lá dentro? Um Porco? Um Réptil? Um Yogi? Um Comissário?). Expire.
1 Comments:
"Um homem incapaz de produzir labirintos mentais não passa de uma linha recta entre a sua estupidez e a colectiva."
- Isto é um aforismo de primeira água.
Abraço
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