IN MEMORIAM, il miglior fabro
Os poetas não morrem, evaporam-se.
Tive a sorte de conhecer o MS Lourenço antes da sua morte como Truta, e depois de ter emergido dessa fornalha de transformação. De modo que sei muito bem que no caixão que vai a cremar não vai nada. Ele tornou-se imperecível e agora andará onde quiser, bem recebido por Ovídio, Petronius Arbiter e a coorte singular dos Músicos de Vidro.
Pensador Oblíquo, ensinava o que fazer com o não pensamento nativo, a esquivar-se da capoeira de influências dogmáticas, e a redescobrir as fontes vivas da cultura clássica. Lógico, quis estabelecer "os limites da lógica." Ensinou claridade em tudo - o que lhe viria do seu gosto pela música e pela leitura em latim e grego dos filósofos da Antiguidade.
Tive o gosto de lhe apresentar o Mário Cesariny, com quem colaborou na feitura do livro "O Pássaro Paradípsico." Dessa apresentação veio a nascer o Bureau Surrealista de Lisboa.
São tantas as suas idionsincrasias, foi uma personalidade tão anómala na cena literária portuguesa que esta ainda não foi capaz de o absorver, nem sequer de o descobrir.
Dotado de uma curiosidade voraz - aquela que Ezra Pound, seu mestre, recomendava como qualidade essencial num ser humano, interessou-se por tudo como um Homem do Renascimento. Desde o Budismo da Escola Vajrayana, em que foi iniciado até Wittgenstein, de quem escreveu com a mesma contida inspiração que Sir Michael Dummett, seu professor em Oxford, desde S. Juan de la Cruz a Salomé, o seu interesse abarcou toda uma série díspar de personagens.
O título de um dos seus livros de poesia publicado pela Assírio e Alvim, a Arte Combinatória - aponta um dos métodos que este imenso espírito utilizou. No entanto, MS (era assim que os amigos o conheciam) escapa a definições, ele que sabia definir tão bem e que também ensinava a definir com toda a clareza.
A Portugal, que o ignorou nesciamente, não virou a outra face. Caústico, vitriólico, soube devolver farpas preciosas. Um homem de sentimento, que foi o menos sentimental dos portugueses apontou para a renovação da verdadeira aristocracia e da cultura clássica, em detrimento de qualquer utopia populista.
Tive a sorte de conhecer o MS Lourenço antes da sua morte como Truta, e depois de ter emergido dessa fornalha de transformação. De modo que sei muito bem que no caixão que vai a cremar não vai nada. Ele tornou-se imperecível e agora andará onde quiser, bem recebido por Ovídio, Petronius Arbiter e a coorte singular dos Músicos de Vidro.
Pensador Oblíquo, ensinava o que fazer com o não pensamento nativo, a esquivar-se da capoeira de influências dogmáticas, e a redescobrir as fontes vivas da cultura clássica. Lógico, quis estabelecer "os limites da lógica." Ensinou claridade em tudo - o que lhe viria do seu gosto pela música e pela leitura em latim e grego dos filósofos da Antiguidade.
Tive o gosto de lhe apresentar o Mário Cesariny, com quem colaborou na feitura do livro "O Pássaro Paradípsico." Dessa apresentação veio a nascer o Bureau Surrealista de Lisboa.
São tantas as suas idionsincrasias, foi uma personalidade tão anómala na cena literária portuguesa que esta ainda não foi capaz de o absorver, nem sequer de o descobrir.
Dotado de uma curiosidade voraz - aquela que Ezra Pound, seu mestre, recomendava como qualidade essencial num ser humano, interessou-se por tudo como um Homem do Renascimento. Desde o Budismo da Escola Vajrayana, em que foi iniciado até Wittgenstein, de quem escreveu com a mesma contida inspiração que Sir Michael Dummett, seu professor em Oxford, desde S. Juan de la Cruz a Salomé, o seu interesse abarcou toda uma série díspar de personagens.
O título de um dos seus livros de poesia publicado pela Assírio e Alvim, a Arte Combinatória - aponta um dos métodos que este imenso espírito utilizou. No entanto, MS (era assim que os amigos o conheciam) escapa a definições, ele que sabia definir tão bem e que também ensinava a definir com toda a clareza.
A Portugal, que o ignorou nesciamente, não virou a outra face. Caústico, vitriólico, soube devolver farpas preciosas. Um homem de sentimento, que foi o menos sentimental dos portugueses apontou para a renovação da verdadeira aristocracia e da cultura clássica, em detrimento de qualquer utopia populista.
Etiquetas: POETA MS LOURENÇO, UM DOS MELHORES POETAS PORTUGUESES
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