A MÚSICA DENTRO DO NADA
qualquer voz nua autóctone tem mais de uma máscara
somos do país que viveu atrás das fontes
e evitou com todas as cautelas voltar a ouvir a voz do vento
agora chegam da montanha os uivos dos cisnes
mas tardias são todas as nossas asas e enxofradas
pela quezília fenícia sem fim que expulsou
os deuses gregos de cada praia
não vale a pena ouvires os aúgures da televisão
os críticos da economia e os homens de cara
apagada a borracha como os ministros vários
todo o calcário das ruas que é branco
tem hoje uma cor lívida
no entanto uma nuvem eleva-se
e tu és a mente que a envolve como um pássaro dentro
de uma gota de chuva