AS MÃES
as mães perderam a força
agora cansam-se das janelas esplendorosas
não atiram rosas sobre o umbigo
fenecem silenciosas
mudas como vulcões feridos
não abrem as pernas diante da lua
nem deitam mugidos pelos pulsos
vão pelas calhas com uma bandeira amarela
não mordem, felizes, às dentadas robustas,
as luzes suculentas do sete-estrelo
as mães lançaram-se em apertadas
varandas, laquearam as veias desordeiras
coalhadas de montanhas
onde as gaivotas vencem
e saltam as cabras
as mães perderam a agilidade das pitonisas
e o riso calcinante da hiena
o sol das coisas menores
coseu-lhes a boca
e sabiam os erros dos nenúfares
e cortar o pé aos planetas
e tecer os Grandes Olhos Cobertos de Lianas
Sabiam Urdir venenos Novos
e Filtros
que faziam saltar a rã
do Universo
agora só ouvimos o som
das Casernas da Era
as mães antigas não fabricavam militares
não tinham pacto com botas
Bailava nelas a garra do Tigre
e aumentavam todas as coisas felinas
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