DEPOIS DE SAIR DO CINEMA
depois de sair daquele filme
em que um filho nunca mais volta a casa
porque viu que a velhice é uma tirania
e o amor paterno uma atrocidade
enquanto a mãe lê António Nobre
na cozinha, onde cheira a musgo, a fel,
a lodo e a eternidade
agora cá fora, sob a luz crua da era,
neón e mais neón
da cidade ausente e bizarra
cheia de gente que não está lá,
anda-se pelas ruas em que ninguém
tem uma história, em que os pródigos
voltaram e uma sensação de festa
que nunca começou paira no ar
carbónico, macerado, que os sinais
eléctricos esmagam com a sinceridade
simplista das coisas técnicas.
em que um filho nunca mais volta a casa
porque viu que a velhice é uma tirania
e o amor paterno uma atrocidade
enquanto a mãe lê António Nobre
na cozinha, onde cheira a musgo, a fel,
a lodo e a eternidade
agora cá fora, sob a luz crua da era,
neón e mais neón
da cidade ausente e bizarra
cheia de gente que não está lá,
anda-se pelas ruas em que ninguém
tem uma história, em que os pródigos
voltaram e uma sensação de festa
que nunca começou paira no ar
carbónico, macerado, que os sinais
eléctricos esmagam com a sinceridade
simplista das coisas técnicas.
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