SONETO DO DESAMORDAÇADO
Ao Ary dos Santos (Hare Ary!)
Orfeu não empata a Baco, nem Baco vende a Orfeu,
Mas porque parco demo luso então estamos nisto
de vender o cu da prima e a sombra da oliveira?
Roda de limões, juro pelo carrossel dos meus colhões
Que estou cansado dos viúvos dos heterónimos
e dos guitarristas para guitarraturistas, ao natural
ou com molho da musa, esfaqueada e sem tusa.
Quero lá saber da aeroporta e do autoestrado, e do
Desígnio Refineiro, eu prefiro o Portugal rafeiro,
a estrada com poeira, a garrafa ainda com parra,
e o ar incondicionado de quem chega a Lisboa
a nado, dentro do seu pulmão que não foi fosfatado
mas que bate com um coração que pula e dança
e como Baco e como Orfeu canta e sacode os céus
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