DEVIA HAVER CINCO GREVES GERAIS POR SEMANA
Ontem por aqui pelos meus domínios foi um dia limpo como um domingo novo. A classe torturada, tripaliada, dos trabalhadores bem como as vozes feias do patronato e a dos sargentos de oficina estiveram em silêncio. Não se ouviram brocas, berbequins, martelos, bull-dozers, ruídos de obras, metais em entre choque. Diminuíram imenso os chamados veículos motorizados nas estradas. Baixou o nível de som dos aviões. O esterco sonoro da chamada civilização industrial foi diminuto. Não houve futebol. Nem Fátima. Foi um dia estranhamente sábio, santo e leve.
Devia haver cinco greves gerais por semana.
Íamos à pesca.
O trabalho como o entendem os nossos governantes não liberta. Aliena, massacra, tortura e torna tudo e todos mais feios e tristes.
Il faut saluer le travail nouveau! disse Rimbaud. E um dia de greve geral permite ver que extraordinário e refrescante é viver sem o travail vieux. Empapado de ressentimento, de dor, de tristeza, de rotina e de vil montonia por todos os lados.
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