UMA ESPÉCIE DE RAIVA NA TARDE CALMA
aqui no alentejo
caiado pela alma
não longe de Odemira
vejo as mulheres escuras
que devoram a planície
tem olhos violados
pelo Sul
não davam para deusas
nem mesmo daquelas ctónicas
com corcunda gótica
dos poemas danados
de baudelaire
mas cerram as suas maxilas
de insecto implacável
e arranham a seara
com dedos de basilisco
e aos peitos
criam dentes
furados de fomes
mais antigas
que a chuva
mais jovens
que a primavera
não dançam
tem o passo lento
das profundidades
espalham o enxofre
da sua raiva
maior do que
o pensamento
e estão agora na esquina
dos montes
azuis e douradas
como a fuga
e a alvorada
caiado pela alma
não longe de Odemira
vejo as mulheres escuras
que devoram a planície
tem olhos violados
pelo Sul
não davam para deusas
nem mesmo daquelas ctónicas
com corcunda gótica
dos poemas danados
de baudelaire
mas cerram as suas maxilas
de insecto implacável
e arranham a seara
com dedos de basilisco
e aos peitos
criam dentes
furados de fomes
mais antigas
que a chuva
mais jovens
que a primavera
não dançam
tem o passo lento
das profundidades
espalham o enxofre
da sua raiva
maior do que
o pensamento
e estão agora na esquina
dos montes
azuis e douradas
como a fuga
e a alvorada
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