CELEBRAÇÃO DA CHUVA DE VERÃO
nas primaveras depois da mente
ergo de novo os meus totens
que se viram para o poder do vento
e antes disso rasgo as minhas bíblias
com riachos cantantes
e muito salto de grilo
entre os verdes meridianos
e as agulhas dos pinheiros
enquanto nos meus sonhos entra
a luz do Sol que não chegou
à terra
especialmente quando
no coração escrito de cada rosa
pulula um veneno trémulo
e eu um demónio de novo encarnado
semeio luz na treva
dos místicos cogumelos
que o shaman tolteca
com olhos de viridiana
para me testar de novo
lançou no meu caminho
e agora levado
pela elegância fatal
das casuarinas
com a terra
empapada de lodos profundos
que novos me parecem
aqueles tempos antigos
em que os deuses
passevam por cima do poema
com a mesma graça
da feroz simetria
do tigre de dentes de sabre
Imagem: mandala chamado Lalita (A Dança de Krishna)
1 Comments:
Ao ler este blogue, pressinto que tenho alguma nostalgia: não do passado, mas de mandala.
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