Redescobrindo o FREUDIANO oculto
Para onde vão todos os pêlos das pernas que as mulheres raparam? Para asas, diria um galantuomo com amáveis tiques de poeta. Para o Inconsciente Universal diz o Freudiano Oculto. Para o lixo!!!, afirma nada impressionado, com um despacho pragmático de homem das berças insensível à nuance, o nosso amigo Porkêra.
Eu depois de ler o Teorema da Incompletude de Godel que demonstra que há proposições verdadeiras sobre os números naturais que não podem ser provadas estou inclinado a crer que os pêlos rapados das pernas das mulheres depois de irem para o lixo, requalificam-se e passam para o Inconsciente Universal onde, a seu tempo, adquirem asas.
Eu depois de ler o Teorema da Incompletude de Godel que demonstra que há proposições verdadeiras sobre os números naturais que não podem ser provadas estou inclinado a crer que os pêlos rapados das pernas das mulheres depois de irem para o lixo, requalificam-se e passam para o Inconsciente Universal onde, a seu tempo, adquirem asas.
2 Comments:
Drumond:
A minha chinesa adorou isso dos pêlos, porque ela não tem, como a maioria das chinesas. As mulheres, diz ela, não rapam, homem, isso é pré-histórico, as mulheres arrancam, desfazem, sei lá. As mulheres dos outros, a minha, como disse, não tem.
Mas percebo a sua metáfora, e parece-me bem que muitas mulheres como outros tantos homens não possuem pêlos de vento nem pêlo na venta,isto é tudo rebanhada, olhe os tristinhos. Já viu como estão todos desde o pequeno almoço até à noite? Pois então, isso de andar de automóvel de um lado para o outro não lhes dá mais alegria, nem mais inteligência, no fundo é um exercício banal, vazio e caro e porco para o ambiente. As pessoas não têm uma ideia, não lêem nada, não sabem de coisa alguma, nem podem ser mais do que um consumidorzeco esfolado até ao último tostão, sem direito a puto de lucro nem a quem lhe trate das costas, e os filhos é criá-los para serem miseráveis moleques toda a vida, porque não terão nada, a não ser a hipóetes de serem chulados vezes sem conta. Isto já não tem graça, mas afinal pertencemos a um País ou somos a escumalha? Eu pensava que uma pessoa ter nascido num País era para ser bem tratado nesse País, mas muitas vezes trnho a impressão que a malta está aqui é para ser desfeito. Gaita, e uma pessoa só vive uma vez!
Desculpe, o desabafo, mas se não tivesse a minha chinesinha já tinha "bazado", como dizem os garotos.
Forte aperto de mão, Ó.
Meu Caro Ó,
Pois ela, a sua chinesinha, tem toda a razão, as mulheres não rapam - depilam, com laser, com pinça, com uma espécie de scothc tape depois de amaciar com um creme especial que trama a tola e a raiz do pêlo ... pelo menos foi o que uma amiga minha me disse.
Mas como diz bem, no plano da metáfora o verbo rapar (um verbo de ausência: rapa-se frio e rapa-se fome e rapa-se o tacho) funciona por isso vou mantê-lo, senão teria que recorrer a duzentos verbos de depilação usados pelas esteticistas.
Num país pequeno a entrada em vias conformistas é larga e quase única, de sentido obrigatório. Alguns de nós tem uma mulher constelação, felizmente, e o lobo interior em relativo bom estado. Senão era de endoidecer. Diz bem: "tristinhos".
Camões já tinha detectado a sindrome dos tristinhos. Creio que a maneira como ele diagnosticou a tristeza portuguesa - no seu regresso da Índia - é magistral:
"ó vil, austera e apagada tristeza..."
Melhor que a definição de Freud com o seu baço e técnico termo mecanista: "depressão".
Por outro lado, é de facto impressionante a relação pírrica que o portuga estabeleceu com o seu amado carro - que deita mau cheiro por todo o lado, é ruidoso e deu cabo de quase todas as nossas cidades. E ainda quer o inefável eng. Lino fazer mais milhares de km de autoestradas!
Tem também o meu amigo razão no estreitamento de possibilidades que há para o futuro da molecada... e é de dar raiva porque tudo podia ser doutra maneira tivéssemos um pouco de fibra e de orgulho na nossa identidade e suportássemos com estoicismo - como o fizeram os orlandeses - não ter tanto, para podermos ser mais.
Eu penso que além das cargas hereditárias mafazejas - 500 anos de tristeza contínua a seguir ao Camões - (agravadas pelo penitencialismo) agora surgiou em dose letal o xanax. O país anda xanaxado. As benzodiazepinas são uma algema química poderosa que paralisa a livre circulação da emoção. Já vi na camioneta várias vezes velhas a trocarem calmantes. E na arrastadas ruas da minha vilória vê-se logo pela falta de brilho nos olhos que há um xanaxamento em curso. Portugal foi envenando psiquicamente, à escala colectiva, pelos seus médicos.
Só se vive uma vez, diz-me, ou pelo menos cada vida é única e irrepetível, seja qual for a encarnação subsequente. No actual estado da desnação ilusa parece que a maior parte dos nossos conterrâneos encarnaram num híbrido de semáforo e de Insecto Colectivo.
Quanto a bazar daqui já eu basei para Londres, Paris, Nova Iorque. Mas não há Eldorados nowhere. Na europa do sarkozi e da angelita e do Zapatero (outro país uniformista, leu a carta do Artur Perez Reverte ou os contos do Vilamatas?) está tudo bastante mal, em tédio post modernista, excepto no Norte extremo, tipo Dinamarca.
Enfim, mas há quem guarde precisoamente a joie de vivre, e por isso, nestes tempos resta a mulher constelação, o exílio interior, bons livros e poucos mas exauis amigos, tequila e viver com o maior luxo possível: ter uma quantidade de tempo para nós mesmos e andar a pé numa anónima altivez, sentindo a terra a cada passo.
também um forte shake hands aqui do
Drumas_
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