TU LOU, POÈME D'AMOUR
enquanto o espírito de Deus e o poeta
num grande ajuste de contas
se estrangulam num beijo a mais e errado
Deus canta por poetas tortos
e inscreve asas em penedos tontos
então as canções de abril
(todas mázinhas, valha-nos Deus)
vão mais uma vez beber xanax
à fonte, à única,
à Fonte Luminosa
e a maria da fonte de seios à vista
ergue de novo a espada e desafia
os cabrões, porque é de
mamas à vela
que se navega
e tu dizes revolução, pois sim
pois sim, mas Deus que afinal toma
partido não tem espírito nenhum
e o poeta está em greve
de marianas azuis
então volta o anjo da azia
e a terra geme sob o peso da
gente demasiado pura
eu que tenho esta sina
enganar-me sempre de rua
vejo-te como Ofélia que de repente
começou a andar de pé
sobre os poemas elisabetinos
menos conseguidos
e tudo passa como a
Casa Havaneza e as saudades
de um século que passou sem deixar nada
a não ser sangue, palavras
e preservativos
mas hás de voltar tu que nunca voltarás
tu Lou, poème d'amour
em tempo de psiconudismo
num grande ajuste de contas
se estrangulam num beijo a mais e errado
Deus canta por poetas tortos
e inscreve asas em penedos tontos
então as canções de abril
(todas mázinhas, valha-nos Deus)
vão mais uma vez beber xanax
à fonte, à única,
à Fonte Luminosa
e a maria da fonte de seios à vista
ergue de novo a espada e desafia
os cabrões, porque é de
mamas à vela
que se navega
e tu dizes revolução, pois sim
pois sim, mas Deus que afinal toma
partido não tem espírito nenhum
e o poeta está em greve
de marianas azuis
então volta o anjo da azia
e a terra geme sob o peso da
gente demasiado pura
eu que tenho esta sina
enganar-me sempre de rua
vejo-te como Ofélia que de repente
começou a andar de pé
sobre os poemas elisabetinos
menos conseguidos
e tudo passa como a
Casa Havaneza e as saudades
de um século que passou sem deixar nada
a não ser sangue, palavras
e preservativos
mas hás de voltar tu que nunca voltarás
tu Lou, poème d'amour
em tempo de psiconudismo
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