Reinstalando Platão numa curva de Tim Tim
Na nossa língua e atitude pouco resta daquele grego que fazia falar Sócrates, e criou o diálogo inteligente e aberto a nova questionação. Para fazer uma re-actualização desse grego tem que se procurar vestígios da sua presença no imenso monólito fragmentado de línguas que é a cultura moderna. Tome-se o "amor platónico". Era suposto não intervir a carne, apenas o espírito - o que poderia tornar o arquipélago das tentações maior e mais complexo. O amor platónico ou filosófico unia os espíritos ou fazia com que eles pelo diálogo tendessem para a união. No entanto, não estou seguro que fosse uma matriz de um dos tipos de amor divino, como acontece nos primeiros cristãos, defensores da castidade. Porque o amor filosófico não excluía a carne como sendo apenas um mero território de horrores e como flecha segura de descida, antes pelo contrário tornava-a participativa nas aventuras do desejo como "cosa mentale" e assim abria a porta a toda a imaginação sustentada pelo desejo.
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