A Compulsão pelo Locutor Contentinho
Contrariando o clássico locutor Voz de Túmulo, de voz engravatada, surgiu já há uns tempos o Locutor Contentinho, esfusiante q.b., com uma pulsão por transmitir uma teatral alegria, de plástico.
Pode-se contrastá-lo com a Locutora cultural de Lineu, cuja seriedade e aparência de saber das coisas profundas da Arte e da Literatura, a leva às posturas matronas, à falsa gravidade.
O Locutor Contentinho obedece por inteiro ao cliché - les portugais sont toujours gais - e está obrigado a infestar tudo com piadas.
Nada contra as piadas, pelo contrário. Mas a abundância de piadas sem piada, que denota o Locutor Contentinho, no fundo transmite o que ele é : uma bola cheia de ruído, sem intento nem significado.
A chamada ( e horrível) cultura popular, que se faz ao som de tambores, fumo de bifanas, fado com fundo eléctrico, não o dispensa. Anima o eterno convívio de terceira idade em que se tornaram os programas para o povo das nossas TVs.
Admira que a terceira idade não proteste? A terceira idade em Portugal foi infantilizada, e tornada obediente. Come tudo o que lhe dão, bate palmas a tudo o que lhe põe na frente. O que interessa é o ruído contentinho contínuo.
É assim este país de fadas.
Pode-se contrastá-lo com a Locutora cultural de Lineu, cuja seriedade e aparência de saber das coisas profundas da Arte e da Literatura, a leva às posturas matronas, à falsa gravidade.
O Locutor Contentinho obedece por inteiro ao cliché - les portugais sont toujours gais - e está obrigado a infestar tudo com piadas.
Nada contra as piadas, pelo contrário. Mas a abundância de piadas sem piada, que denota o Locutor Contentinho, no fundo transmite o que ele é : uma bola cheia de ruído, sem intento nem significado.
A chamada ( e horrível) cultura popular, que se faz ao som de tambores, fumo de bifanas, fado com fundo eléctrico, não o dispensa. Anima o eterno convívio de terceira idade em que se tornaram os programas para o povo das nossas TVs.
Admira que a terceira idade não proteste? A terceira idade em Portugal foi infantilizada, e tornada obediente. Come tudo o que lhe dão, bate palmas a tudo o que lhe põe na frente. O que interessa é o ruído contentinho contínuo.
É assim este país de fadas.
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