POSIÇÃO FETAL
Antes de repescar nas Selecções ou na Wikipedia (umas outras selecções em mais nobre e digital) uns conceitos fast food sobre embriologia, para poder botar opinião autorizada sobre os primórdios da vida humana, fui ver se o Cardeal Policarpo, ele mesmo e não o blog com esse nome, tinha de algum modo lavado as mãos dentro de um Livro de embriologia. Não o fez. O nicotínico funcionário do Vaticano não teceu comentários de ordem científica sobre o desenvolvimento fetal. Ficámos sem saber se aquela coisa meio informe, que parece uma larva no início, tem alma logo assim que o solitário espermatozóide (uggfff!) por fim fura as sedutoras barreirinhas do óvulo. Como é sabido o feto atravessa várias fases (todas de mui grande feiúra) na qual sucessivamente parece um peixe, um macaco, um gato esfolado, e por aí fora, até que toma forma humana (melhor dito humanóide) "à imagem e semelhança de Deus", como diz o best-seller capa preta chamado A Bíblia, escrito, de resto, pelo MST.
Dado que Deus não pode ter semelhança a um peixe (mas era fixe), nem a um macaco (merecia), nem a um gato esfolado (pode ser que evolua até este estado), só pode ter semelhança àquele humanóide intra-uterino em que por infusão da graça Deus infunde um sopro divino (ou já teria infundido o sopro na altura do orgasmo? ou quiçá antes, no expectante e túmido testículo?) Não sendo possível que Deus encontre algo à sua imagem e semelhança no peixe, no macaco e no gato esfolado e só podendo encontrar a sua imagem e semelhança (embora num download impressionista e miniaturizado) sendo assim a alma só passa a existir a partir do sexto mês, que é quando aquela coisa (o feto) se resolve a custo, e apenadamente, a tomar forma humanóide e a preparar-se a sair daquele sauna de luxo, com hidromassagem, e carícia uterina envolvente, tudo do mais ambiental e eco-friendly que há. Do ser in potens para a ipseidade.
Quod erat demonstratus.
Segundo ponto (ainda não referido em nenhum lado dos caducos e decadentes media típicos como o jornal e a TV e nas maldizentes coortes da blogosfera).
Eu acho que há abortos vivos, que escrevem livros, discursam, aparecem muitíssimo na televisâo e por aí fora.
Aborto de estimação número 1. A Madre Teresa de Calcutá.
Aborto de estimação número 2. O major Valentim Loureiro.
Aborto de estimação número 3. o eng. Sócrates.
Just opinions. Mas fundamentadas em leituras de Embriologia Comparada, na Crítica âs Religiôes, e no Perfil do Psicopata e naturalmente na Prática Desvairada de todos os subsistemas da Patafísica.
Magna pergunta: o que fazer com Abortos Vivos que ainda por cima Pontificam e tem o Saber, a Certeza, o Rumo?
Terceiro Ponto: Porque serão os homens a votar sobre a questão do aborto? Não deviam ter voto na matéria. Devia-se arranjar uma Cardeala, no mínimo. Ficava gira de púrpura, em vez de um mastronço com aquele boné foolish.Eu propunha uma greve uterina enquanto cada portador de testículo não desistir de botar a sua opinião na matéria. As utentes de testículo, na minha modesta opinião, enquanto esta questão não se resolver deviam fazer uma Greve Uterina Global.
1 Comments:
Ha! Boa ideia a da Cardeala. Mas também se devia abrir um outro debate: que tal permitir o aborto de seres com mais de nove meses?
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