silêncio das árvores
não pedem que as retrate
nenhuma tem máscara nem um jornal apertado
nas mãos, não me vão mostrar a nova taxa de impostos
nem reflectir a cara do ditador múltiplo
(o ditador do nosso tempo)
com as folhas nuas deslizando na luz nua e dourada
nada me vão dizer
vão só existir tranquilamente
diante de mim
talvez nunca saibam como me levam de pés bem assentes no vento
e como o meu cérebro atulhado de palavras, de sons de
ambulâncias, de gritos surdos das ruas iradas,
ao ver passar as nuvens entre os seus ramos
lhes agradece
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