ELOGIO DO CRETINO
Não há assim tantos estúpidos como pensam os estúpidos. E nos últimos tempos, facilitados pela teconologia, sem dúvida, surgiram em números estimáveis os medíocres com talento. Ficam bem nos tempos igualitaristas correntes. Tem jeitinho. Fazem infra-estruturas. Cirurgia plástica. Arrancam-nos dentes. São ministros, tem 1/10 de carisma. Pronunciam-se sobre a necessidade de arrancar as Vinhas. De voltar a plantá-las. De arrancá-las outra vez. Abrem as colunas dos jornais, fazem o editorial. Tem barbicha. Copiam os jornais espanhóis como El País e os tablóides ingleses, misturados a um desejo nostálgico do império republicano. Vivem numa cor não muito interessante, o cinzento, mas que dá bons fundos.
Mas como se mede o brilho de um cérebro? Tirando o caso dos santos com auréola que estranhamente desapareceram da pintura - o insuportável brilho da aureóla? - dediquei-me durante uns tempos a esse estudo. Começou o estudo pela macabra capela dos Ossos, em Évora. Obviamente esvaziados de cérebro, observou o meu Watson interior, escrutinando o interior dalguns deles. Pensamento de pequeno satanzim cheio de latino sarcasmo atravessou-me a mente - teriam tido cérebro em vida? A vida fradesca, como quer o Dawkin , reduz o cérbero?
O meu assistente, o inefável Porkêra, trazia um frasco cheio de minhocas. Explicou-me que nem cérebro rudimentar tem. Poderíamos deixar algumas dentro daqueles cérebros. Arripiou-me a visão do padre Gregório dentro da minha cabeça a dizer que não, que era pura blasfémia, e dupla, porque seria insultar os mortos e os vivos. Mas Porkêra, um impulsivo, fintado o guarda da Capela, já estava de escadote (As coisas que ensina a apanha da azeitona!) no alto, enfiando minhocas pelos olhos das caveiras.
Obviamente uma experiência sem nexo, pensei. Mas aconteceu uma coisa, que não justificando a doutrina do criacionismo também não a desmente. Nada de sensacional, as minhocas, adoraram as caveiras. Porkêra, disse. Mylord, agora elas tem um cérebro alternativo e vário. Meti pelo menos quatro minhocas por cabeça. Vai ver que daqui a uns tempos já estão a dar cartas e a ensinar como se faz download do sétimo chacra.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_dos_Ossos
O meu assistente, o inefável Porkêra, trazia um frasco cheio de minhocas. Explicou-me que nem cérebro rudimentar tem. Poderíamos deixar algumas dentro daqueles cérebros. Arripiou-me a visão do padre Gregório dentro da minha cabeça a dizer que não, que era pura blasfémia, e dupla, porque seria insultar os mortos e os vivos. Mas Porkêra, um impulsivo, fintado o guarda da Capela, já estava de escadote (As coisas que ensina a apanha da azeitona!) no alto, enfiando minhocas pelos olhos das caveiras.
Obviamente uma experiência sem nexo, pensei. Mas aconteceu uma coisa, que não justificando a doutrina do criacionismo também não a desmente. Nada de sensacional, as minhocas, adoraram as caveiras. Porkêra, disse. Mylord, agora elas tem um cérebro alternativo e vário. Meti pelo menos quatro minhocas por cabeça. Vai ver que daqui a uns tempos já estão a dar cartas e a ensinar como se faz download do sétimo chacra.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_dos_Ossos
4 Comments:
Grande Porkêra!
Adorei esta história gótica e ubuesca, e confesso a minha simpatia pelo duo Drummond e Porkêra, cujo humor sem limites me recorda ao mesmo tempo os Marx Bros., Gargântua e Edward Lear.
Mas este é um genero novo de "nonsense no nonsense" em que a ingenuidade, real e falsa, e reinventada se desenrola à nossa frente, sem rede por baixo.
Continuem, um alívio num pais de gente de sobrolho franzido e de meninge em sentido ver a frescura deste blog!
As melhores saudações
O sr. Drummond deve mas é estar doido varrido. Não vê que aquela capela de ossos é um Portal? Ver viu, mas goza com isso. Santa Inocência! Um raio podia ter-lhe caído em cima. Não sabe que alguns daqueles sapientes Franciscanos eram Irmãos Ascensos da Fraternidade Branca.
tenha mas é juízo, enquanto é tempo.
Caro Lorde,
Como alentejano tenho um reparo a fazer, se calhar queria dizer Varejo da azeitona - e não apanha. E "não" se sobe a uma escada para apanhar as azeitonas. A menos que o meu amigo tenha atirado uma subtilissima bala do seu humor escocês e esteja a querer-nos dizer que temos quer usar escadas para chegar ao châo.
Quanto ao mais, aguardemos esta nova experiência patafísica. E que graça o Castelo dos seus Pais, com uma avó esvoaçante, a pipilar entre cromos de futebolistas.
O nosso inner side, diria eu, os alforjes e furnas do Superego muito bem explorados com a sua ironia.
hi hihihi
Já adoptei o Porkêra! Tem aquela tosca pata adorável da falta de jeito.
Me Lembra o Anjo Azelha, de não sei qual poeta.
Muita Luz
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