Um autarca no Vaticano
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Desde o Concílio de Niceia (?) num remoto século XII, quando se decretou que doravante os sacerdotes viveriam em celibato que não havia uma revolução assim tão drástica nos corredores do Vaticano. (De facto há imensos, inúmeros, infinitos corredores no Vaticano, embora uns mais nobremente se chamem galerias). Nesses corredores, autênticos holzweg, onde havia de tudo o que há nos limbos - engates pálidos, cristofilias tardias, cristofobias tímidas e o ódio ao latim canónico e evolutivo - no fundo eram antecâmaras do limbo. Na verdade, todo o Vaticano que como é óbvio não estava nem no Inferno nem no Paraíso era um limbo, cheio de 0ssadas expectantes. Pois entre outras funções o Vaticano é um relicário gigante, com mais cartilagem amarelada de santo por metro quadrado que o resto do mundo. Pois bem, graças ao autarca português infiltrado, que se tornou graças à proverbial astúcia lusa nada mais nada menos do que a eminência parda da eminência parda do Vaticano - o discretíssimo conde Kolvenbach - a ideia, o conceito, a prática do limbo vai ser demolida e substituída por uma rotunda.
Estamos pois todos de parabéns.
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