UM ECLIPSE DA MENTE
Ó minha formiga matinal
traz-me depressa, antes do café e das más notícias,
o prestativo veronal
antes de eu ler e ficar de Boca Torta
que mais uma autoestrada atravessa
a minha mente, e que um viaduto me corta
um diadema de papoulas e de canaviais e de sapos
traz-me, traz-me em bandeja de ouro
o verønal
ó minha formiga romana e altiva
que vens de sandálias roubadas
faz-me cócegas com as tuas patinhas
na arrasada floresta do crâneo
(assim mesmo: irreformado ortográfico)
apresenta-me de novo à Amazona da Pastilha Rennie
e diz-me, diz-me baixinho ao ouvido
que não há um eclipse da mente
que ainda não há um permanente eclipse da mente
em Portugal
2 Comments:
Tenho muita pena desgostar-te ...mas sim olha que o eclipse foi total...e foi grave a coisa !!!
Beijão grande
Olá Laurentina,
Obrigado pela visita. Acabei de ver o video recente no teu blog...De facto, a amnésia colectiva parece não ter limites. Com gente assim tão desmemoriada, ignorante e tonta, a velha frase: "os povos tem os governos que merecem", faz todo o sentido.
A única consolação - se consolação é - este género de amnésia é global, universal. Onde quer que se vá parece que a História nunca existiu.
A minha formiga vai ter muito trabalhinho...
Um abraço,
Miguel
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