FALSOGRAFIAS
Inicio uma série de falsas biografias com a Falsografia de FPessoa.
Fernando Pessoa espancava a mulher diariamente, e as namoradas também. De resto, nunca lavava o bigode. Ansioso por um lugar no Panteão Nacional, no braço tinha um buraco por onde se via a protuberância do osso Úmero. E assim se vê que não era por acaso que no colégio, em Durban, uma cidade horrível na África do Sul cheia de madeirenses vilões e de brancos de segunda classe, lhe chamavam o Úmero.
Entregou-se a aturados estudos de Astroginecologia, que o levaram à conclusão que havia 33 planetas que lhe pertenciam no nosso sistema solar.
Era de origem assíria e levantina. O pai dele era proxeneta numa linha de vapores que fazia o tour do Mediterrâneo, a mãe era irmã de uma filha bastarda ou de uma filha batarda do antepenúltimo Rei de Portugal.
Em casa dele viam-se pendurados os crânios ressequidos de vários esoteristas portugueses, como Bandarra, Pe. António Vieira e eng. Garcia de Orta. No tecto dessa sua mansarda, que imitava a Via Láctea, graças a engenhosos potes de iogurte iluminados com fluoreto e magnésia bisurada estava escrita esta frase em letra fluorescente: 33 Impérios do Fernando. Tinha uma gaiola enorme lá em casa onde metia retardatários do Império, gente vil como António Sardinha & outros que também cheiravam a peixe.
Um dia levou para casa um tonel de vinho e obrigou a mulher a dormir lá dentro. À noite atirava para dentro do tonel poemas e poetas escritos em caligrafia violeta. Ela ia ficando cada vez mais verde. Na realidade, acabou por arborizar-se por completo e em cada ramo tinha pendurados uma série de Fernandinhos, que ele colhia e depois descascava, para de seguida os atirar para cima da página, chamando-lhes carinhosamente heterónimos.
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