SONETO MODERNO DO GUIA DOS INFERNOS
Sou o meu Virgílio apócrifo : arquitecto labirintos
e depois transformo-os em sonhos, para que
eu também seja o meu próprio Dante portátil
assim visito infernos, e solto a rir os forçados
quando na realidade sou Cerbero
e desperdiço paraísos como um sátrapa cruel
e mongol, de soneto atravessado na boca
a pingar sangue como a realidade e o nevoeiro.
Entretanto, quando desço os círculos em piloto
automático, encantam-me as perfídias novas
e tudo o que faça recuar a parede dos escoteiros
Vício? Virtude? Não conheço. Perdi-me nos caminhos
de Bagdad, dêem-me mas é vinho e a boca de framboesa
de todos os movimentos de mares na boca das sereias
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