DA ALTÍSSIMA ILHA (envoi)
Crespuscular, docemente esvaída como um desmaio antigo
pedes-me uma ilha quase no eclipse do sentido
onde os dias, como tiaras gastas ou lençóis novos,
se amarram às faldas do monte batidas pela ventania
por isso velo o tropel de cabras, e o homem da flauta em bisel,
surpreendentemente recente, tendo em conta os seus pés de casco bífido,
esconde-se entre a desordem da esteva e do rosmaninho
e nós, de outros frémitos, no entanto nada hostis a ele,
lhe assinalamos as pétalas, desta vez sem vício, onde refulgem
as canções de piratas mais bêbedas e necessárias, num tempo
de gente nas pontas dos pés do receio lusitano
que seja vasta a respiração das conchas! que se ouça o revolutear
das fontes antes de atirar a alma à tempestade! A nossa ilha
tecida na paciência dos segredos e dos mitos guarda o esplendor obscuro
dos Distantes
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