REBIOGRAFANDO-ME
Sou um pássaro esquisito, ardo na Lua
sou um homem esquisito, haxixino e mendigo
tenho um punhal de sessenta rotações por minuto
sou um soneto esquisito, perco-me em cada rua
e desfaleço quando mais sentido encontro
para o que digo
um grito negro serve-me de sombra
uma flor do mal indica-me a estatura
sou um anão nos teus jogos de cocotte
um gigante quando me revolvo com a terra e a lama
e posso tanto deitar pólen como veneno
pela boca convulsa como uma labareda
mas amo-te como os polvos e as grandes baleias assassinas
sou a garra de urso branco nas goelas em sangue do Dia
sou a Distância e só Amo o que é Mítico
2 Comments:
Só Amar o que é Mítico__
A heterodoxia do poeta (hoje e sempre) talvez se confunda com a nobreza dessa exclusividade
Abraço
O único grande dever desde Camoens e mesmo antes dele é tornar-se no objecto amado
Ana K.
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