INSULTO EXACTO
O que eu não dava por um insulto exacto! Dava o mesmo do que por um primeiro verso, o tal que se crava na testa do leitor como uma fatalidade. Dava o meu país, a minha gente e a minha alma. Dava os meus antepassados todos, os favoritos: Átila e os Sinclair, e os outros de royal blood e altivez ousada e bela.
E não é que vivemos em tempos da injúria degradada? É que um insulto exacto é qualquer coisa de intelectualmente sublime, ao mesmo tempo que tem efeitos devastadores de mil espadas dextras bem manejadas. Pior o erro num insulto, do que num soneto ou na construção de um reino puro!
Um insulto errado reverte sempre ao remetente, confere ignomínia a quem o profere, não ao destinatário. Ou seja a maior parte dos portugueses que tem o insulto fácil, soez e assáz rápido e repetitivo, a si mesmos se ferem e se desonram crendo o contrário, pobres tolos.
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