GREVE CEREBRAL PERPÉTUA
Como tornar uma greve interessante? Esta é que seria uma pergunta decisiva, porque na realidade as greves são exercícios do maior aborrecimento possível. Nem se está a trabalhar, nem se está ludicamente a não trabalhar, também não se está a "lutar", por mais que os dirigentes sindicais carreguem nessa tecla.
Umas quantas pessoas (os militantes) marcham, empunham uns cartazes, gritam uns slogans. Um dirigente ladra umas coisas. Os punhos erguem-se. Os rostos exprimem ressentimento. Somos vítimas de. E de. E de. Um trabalhador ressentido e irritado diz umas coisas. A televisão regista o momento. Mais tarde a Constança Cunha e Sá com ar perplexo comenta. Mas a maior parte das pessoas, dos grevistas, fica em casa a ver televisão.
Por mais upgrade que se lhes meta parece que as greves são como aqueles animais pré-históricos que ficaram cativos nos gelos siberianos. Não mexem, não mordem,não vão alterar nada - e vão ocupar espaço no lixo geral que são as televisões e os jornais.
E se por exemplo os grevistas, depois de se terem tornado maravilhosamente belos, viessem todos nus?
Talvez nos dessemos então conta que o nosso estimadíssimo e odiado país está em greve cerebral perpétua há vários séculos.
Etiquetas: Greve, Greve geral
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