A ETERNIDADE DOS AVIÕES QUE EXPLODEM
Há aviões que explodem no ar e hop, comoção generalizada, onde está a caixa preta?, ambulâncias, o ministro consternado, primeira página no jornal, cára reconsternada do Rodrigues dos Santos, testemunhas do acidente a apontar o dedo na TV para o LOCAL. O circo melodramático para nos manter melodramáticos e preocupados. Porém, uns quinze dias depois:
- Te recuerdas?
- Qué?
- El avión que explotó cón ciento y cinquenta bolivianos a bordo.
- Qué? Coño! Nó! Quando? Nó sé!
E desparecem de vez, bolivianos e parsis, gregos e tróianos, no fundo dos ares, sugados por nuvens negras, sôfregas, que adoram explodido de avião, o cozido lá delas. Nunca mais ninguém se vai lembrar deles. Lost in space. Gone. Kaputt. Cortina de Vazio por cima.
Assim é o normal. A memória curta dos povos, etc.
No entanto, há outros aviões que explodem no ar e vinte anos depois ainda não acabou a sua interminável explosão. O avião que o engenhoso José Esteves - ex-segurança dalguns políticos de nomeada do século passado - armadilhou involuntariamente, (involuntariamente, segundo ele) é um desses -
Não pára de cair e de explodir. Os seus estilhaços já fazem parte da mente colectiva lusitana contemporânea - e ainda fazem mossa, da grossa
- Da grossa! repete Porkêra que adora grossas.
- Te recuerdas?
- Qué?
- El avión que explotó cón ciento y cinquenta bolivianos a bordo.
- Qué? Coño! Nó! Quando? Nó sé!
E desparecem de vez, bolivianos e parsis, gregos e tróianos, no fundo dos ares, sugados por nuvens negras, sôfregas, que adoram explodido de avião, o cozido lá delas. Nunca mais ninguém se vai lembrar deles. Lost in space. Gone. Kaputt. Cortina de Vazio por cima.
Assim é o normal. A memória curta dos povos, etc.
No entanto, há outros aviões que explodem no ar e vinte anos depois ainda não acabou a sua interminável explosão. O avião que o engenhoso José Esteves - ex-segurança dalguns políticos de nomeada do século passado - armadilhou involuntariamente, (involuntariamente, segundo ele) é um desses -
Não pára de cair e de explodir. Os seus estilhaços já fazem parte da mente colectiva lusitana contemporânea - e ainda fazem mossa, da grossa
- Da grossa! repete Porkêra que adora grossas.
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