/* PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力: PORTUGAL

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2006-11-30

PORTUGAL





Vivo em Portugal. Mas eis que o peso da distância mais do que geográfica - piscológica, cultural se abate entre mim e Portugal.
Portugal vive em mim? Mas o que é Portugal?
Portugal não é a sua língua - isso é demasiado referido ao homem. movimenta alguns bolseiros, dá discursos chatos em todos os palops. emoções cliché. defender a língua. sou a minha língua. a minha patria é a minha. Por vezes tenho e não tenho língua. sou uma máquina de olhar as nuvens. para que preciso da língua. sou um nefelibata. acabei de sair de uma nuvem . sou um homem nuvem. um animal de metamorfoses. a minha pátria é o meu sexo

Que pensam os morcegos do Portugal em que vivem. Portugal não é o seus morcegos que dormem de cabeça para baixo na sua postura de yoga. Asana invertida de morcego.
Não sei o que é Portugal. Uma nação que tem um espírito. Um espírito nação. Uma egregore de espíritos que depois se fazem nação.
Os malandros do cais, a metafísica dos chulos do cais. os espertos da pastelaria. os que sabem tudo de macs. os tipos da política. os que os topam.
Nunca soube o que era Portugal. Ninguém quando devia me pegou pela mão e me disse vem ver portugal.
Aquela bandeira que eu acho feia, certamente não é Portugal . Tem 90 e tal anos. Continua feia, porque lhe cortaram a coroa. Porque é uma adaptação rápida, uma cópia, um sucedâneo, um café mais aguado de outra que era mais verdadeira.vou cuspir na bandeira, vou preso, sou autuado, que fiz, cuspi num pano verde e encarnado, é um símbolo, sim, símbolos. as nuvens não os tem. não sou daqui.
As forças armadas são portugal. Dizem que são. que defendem. Continência. sentido. as forças armadas são excepcionalmente portugal. e os discursos. e os filósofos inflamados da pátria.
Mas não é esse o meu Portugal. heróis. santos, tudo gente excepcional só gente. Ponto de vista humano. nunca animais, não contam, mas eu vejo os pardais. falo com insectos que são animais santos, falo com os peixes que são animais poéticos. nunca me dizem que são portugal, passam. brilham. desaparecem.
E os morcegos? de cabeça para baixo, voam de noite, não chocam comigo, vêem tudo com os seus olhos morcegos, menos portugal. não precisam.
o som dos grilos dentro do meu bule de chá? a erva que me chama, sem hino, sem bandeira. a nuvem passageira da manhã. nenhum símbolo escrito no sol. O ar nunca me disse que era português. os gatos não falam português.
uma ideia apenas. matamo-nos por ela, Vou para a cadeia se não gostar da ideia. escândalo na minha aldeia. não sabe o que é portugal. Todos sabem menos eu.




1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Conheço Ponge, sim. É muito bom e muito bem lembrado. O que tenho de andar para chegar a Ponge. O que só me faz bem.

Agradecida

Fátima Rolo Duarte

11:31 da manhã  

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