A NOITE ADIANTA-SE
A Noite adianta-se, pendurada por molas. Vejo a muda conspiração dos meus vizinhos. Não é contra mim que sou um catavento, no alto do telhado, em forma de galo. É contra eles mesmos. Afiam os olhos com o brilho do ecrã. Não tarda, regressarão às câmaras oníricas, aos seus colchões osmóticos, ao seu sonho colectivo, Vão-se recortar uns aos outros com aqueles olhares afiados. Talhados às postas, de manhã confundem os membros, as manias. Olha tenho a perna do Alípio, o olho esquerdo do Brites, as alergias do Gustavo, o péssimo arrancar de poema do Armando.
2 Comments:
Muito obrigada.
Fátima Rolo Duarte
Eu é que agradeço a sua visita. Volte sempre!
Miguel DC
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