NOVAS DO MEU ATHANOR
gostei de todas as chuvas deste inverno e acho que ouvi com o maior gosto muitos dos ventos, se bem que nem sempre tenha entendido as suas mensagens. Também me senti como uma árvore a cair pelo universo, no dia em que houve uma grande trovoada. Nós de linguagem atravessavam-me o corpo, uma rosa de relâmpagos crescia-me em todo o corpo- Eu, e um atraso de luz, e a teia de trovões cortando-me os pulsos.
Mas avisado pela luz rodopiante o corpo refazendo-se à altura das nuvens que vinham beber o sangue gotejando dos meus pulsos. Por estranho que pareça não tinha estado a ler literatura japonesa, nem a percorrer livros de imagens medievais de santos expostos aos elementos.
O Athanor começa a certa altura a ser o corpo, vaso e veículo. E a carga das transformações nem sempre é pacífica, ou ordenada, como se tivesse um plano. A Fénix não é nenhum ministro! Não há mapas seguros e certos para o Monte das Transformações. Nâo há plano director. As cabeças ordenadas com lógicas privadas e pequenas vêem-se no colar de Kali como pequenos crânios.
Quanto do idiota útil que fui ficou a ferver, do lado de fora da janela, depois da trovoada? Não sei. Mas sei que não somos sólidos, a qualquer momento podemos ser um Fluido Lúcido. Mas cuidado com os parasitas.
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