OBSERVATÓRIO DO LACRIMÁRIO NAZIONAL
estive a ler um dos Príncipes Poetas Aranhiços de Portugal. Não é o Peixoto nem um dos Tavares. Já vai em 20 e tal livros como o Eugénio de Andrade, e como chegou aos sessenta anos apaixonou-se impossivelmente por uma adolescente. Não estaria mal, desde que a coisa ficasse secreta. Mas, mais um caso de coração quebrado que verte águas na poesia, o Príncipe Poeta Aranhiço vem-nos confessar a sua paixão dificil. Trata na terceira pessoa o objecto da sua paixão. Há que entrar como um latinista na posteridade.
A ameaça fadista: entra logo de lágrima em punho. Aliás armado de lágrimas até aos dentes. No país dos coitadinhos, no país onde os mestres da manipulação poética usam a chantagem emocional é bom usar o fel torto e viscoso da lágrima hereditária. Mais um serviço prestado que denota a ovina fidelidade portuguesa à nostalgia complicada e labirintica, uma cortina árborea de lágrimas, uma adolescente que eu não mereço... Ó principe Aranhiço e se fosses charrar?
Já agora levavas o Peixoto e os Tavares contigo...ver se apanham juízo ou bom desjuízo na glândula do olho.
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