VERÃO
agora a curva da duna está cheia de automóveis
os plásticos da era rolam pelo chão
e seguem dentro da cabeça
do que eram pessoas
naquela praia de areia em concha
uma última árvore faz de mim no vento
e assim conhecemos os sinais da espuma
que quebra as rochas sem um só lamento
e como sempre, de pé, aguardo os deuses
que desenham um país para lá da noite longa
do asfalto, do cimento e das escadarias
prostituídas pelos campos de golf
e é por isso que encostando o ouvido
à linha do horizonte
ouço o rugido dos golfinhos
à espera do armamento pesado das gaivotas
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