CONFISSÕES DUVIDOSAS DE BORIS GOUDONOV
Nestes dias tristes e cansados do novo império digital ocupo-me em evanescências, género lato. Não dou por isso muita importância aos suicídios periódicos do Ramiro nem ao papagaio cubano da barbearia que saúda cada pessoa que entra com um sonoro Viva Fidel! Coisa que enraivece o dono da papelaria em frente, que masca agora os seus charutos diante da porta.
Assim, quando veio o Outono, achei evanescente não lhe ligar nenhuma. Pirei-me por uma das muitas portas giratórias do Vento de Outubro. E fui ver, só por embirrar com isso, dez filmes soviéticos nessa altura. Nem pensei como seria o orgasmo nos tempos da hiperprodutividade. Se calhar não era assim tão mau, mesmo assim feito coisa proletarizada e global nacional com fim feliz e muro para pintar e proclamar. Enfin, nesses dez filmes russos, que eram sempre o mesmo, havia muita ginástica e vaporadas de optimismo febril e biomecânico. Todos os proletários do mundo se especificavam - juravam a inevanescência - Era uma coisa ivanterribil! Estava-se julgo eu a construir todos os Estádios Alvaláxia do mundo, com imenso aço e mandíbula contraída, aí nesses anos sessenta russos que se desdobraram inesperadamente por todo o mundo e continuam a fazer das suas.
A vantagem de ter ido ver, in abjecto ordine, todos esses filmes é que voltei para casa com segmentos criativos enfisóides e assim de modo dislato, irregular e descomputável construí por fim o evanescedor. Vou tentar ser específico minimal : a coisa mais detestável e que seduz os dez palermas que são críticos das artes em Portugal neste momento são as práticas ditas "site-specifics". Confesso que a minha termo-luminsicência tem limites paranóides. Por isso com aquela alegria que dão os pequenos ódios construí um evanescedor de sites specifics.
Coloquei-o ao lado de um "evanescedor da morte do personagem." Liguei-os com um desacelerador de situacionismos. Que resultado mais caótico e apetitoso: todos os livros sem personagens ou os miríades de livros chatos e papa prémios do Tavares tipo o Passeio do Sr.Borgmannn, de repente encheram-se de personagens e de comentários inespecíficos sobre elas.
Assim, quando veio o Outono, achei evanescente não lhe ligar nenhuma. Pirei-me por uma das muitas portas giratórias do Vento de Outubro. E fui ver, só por embirrar com isso, dez filmes soviéticos nessa altura. Nem pensei como seria o orgasmo nos tempos da hiperprodutividade. Se calhar não era assim tão mau, mesmo assim feito coisa proletarizada e global nacional com fim feliz e muro para pintar e proclamar. Enfin, nesses dez filmes russos, que eram sempre o mesmo, havia muita ginástica e vaporadas de optimismo febril e biomecânico. Todos os proletários do mundo se especificavam - juravam a inevanescência - Era uma coisa ivanterribil! Estava-se julgo eu a construir todos os Estádios Alvaláxia do mundo, com imenso aço e mandíbula contraída, aí nesses anos sessenta russos que se desdobraram inesperadamente por todo o mundo e continuam a fazer das suas.
A vantagem de ter ido ver, in abjecto ordine, todos esses filmes é que voltei para casa com segmentos criativos enfisóides e assim de modo dislato, irregular e descomputável construí por fim o evanescedor. Vou tentar ser específico minimal : a coisa mais detestável e que seduz os dez palermas que são críticos das artes em Portugal neste momento são as práticas ditas "site-specifics". Confesso que a minha termo-luminsicência tem limites paranóides. Por isso com aquela alegria que dão os pequenos ódios construí um evanescedor de sites specifics.
Coloquei-o ao lado de um "evanescedor da morte do personagem." Liguei-os com um desacelerador de situacionismos. Que resultado mais caótico e apetitoso: todos os livros sem personagens ou os miríades de livros chatos e papa prémios do Tavares tipo o Passeio do Sr.Borgmannn, de repente encheram-se de personagens e de comentários inespecíficos sobre elas.
1 Comments:
preguiçoso e algo misantropo, já me fazia falta ler estes posts de escrita-tofana
Abraço
Enviar um comentário
<< Home