S. Tiago 1 de Janeiro 2008
O laranjal coberto de corvos. Os mais diversos sapos espalhados a eito pelo lago, sem apriscos, solto o seu vozear grave e chocarreiro ao mesmo tempo. Cães a ladrar para umas nuvens, fúrias de gatos em cio. Não há cordialidade nem civismo na natureza do amor dos gatos. Amor? Cio puro, conquista, direito do mais forte, pura aristocracia dos nibelungos.
Ah a fraternidade, sabia Nietzche, foi inventada pelos fracos. As cidades foram muralhas erguidas contra o mundo feroz e animal. Civismo, fraternidade, medidas preventivas de colónias de povos fracos contra lobos em cio, predadores, bárbaros ruivos e nómadas.
Praia de Santa Cruz 2 de Fevereiro 2008
Hoje vejo que o mar bebe o meu sangue tal como eu bebo as nuvens que se vão pelo fim do dia. Somos dois predadores distintos eu que sangro palavras, o mar que me sangra a alegria com que o vejo.
Praia de Santa Cruz 3 de Fevereiro 2008
Alexandre O'Neill ao embarcar na barca de Caronte deve ter dito Caro Ontem ao barqueiro, e depois deve ter-se atirado a nado "à frente da morte." Lembro-me daquele cartaz que colámos na Estação: os poetas não morrem, evaporam-se.
Ando aos saltos na areia junto à orla. Assobio às gaivotas. A Terra Prometida é uma ideia de humor negro, não há terra já. Limparam-lhe o sebo.
O laranjal coberto de corvos. Os mais diversos sapos espalhados a eito pelo lago, sem apriscos, solto o seu vozear grave e chocarreiro ao mesmo tempo. Cães a ladrar para umas nuvens, fúrias de gatos em cio. Não há cordialidade nem civismo na natureza do amor dos gatos. Amor? Cio puro, conquista, direito do mais forte, pura aristocracia dos nibelungos.
Ah a fraternidade, sabia Nietzche, foi inventada pelos fracos. As cidades foram muralhas erguidas contra o mundo feroz e animal. Civismo, fraternidade, medidas preventivas de colónias de povos fracos contra lobos em cio, predadores, bárbaros ruivos e nómadas.
Praia de Santa Cruz 2 de Fevereiro 2008
Hoje vejo que o mar bebe o meu sangue tal como eu bebo as nuvens que se vão pelo fim do dia. Somos dois predadores distintos eu que sangro palavras, o mar que me sangra a alegria com que o vejo.
Praia de Santa Cruz 3 de Fevereiro 2008
Alexandre O'Neill ao embarcar na barca de Caronte deve ter dito Caro Ontem ao barqueiro, e depois deve ter-se atirado a nado "à frente da morte." Lembro-me daquele cartaz que colámos na Estação: os poetas não morrem, evaporam-se.
Ando aos saltos na areia junto à orla. Assobio às gaivotas. A Terra Prometida é uma ideia de humor negro, não há terra já. Limparam-lhe o sebo.
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