DEUS
Para Rafael na criação do Mundo não podia deixar de estar presente o Unicórnio, que vemos ao fundo a passo de trote (o único animal que corre nesta cena, talvez por ter sido o primeiro a ser criado?)
Deus o Criador tem as vestes cor de terra de um monge. Deus era certamente um "monachos" (em grego, o que vive só) além de que era monista, monoteísta et par cause. Andava descalço, o que sugere de imediato uma terra sem espinhos, sem rasgões, sem estilhaços de virdo nem de granada - um "integrum", um mundo sem edificado, sem a problemática linguística de Babel, nem a hierarquização maníaca e hipertrofiada de Babilónia.
Deus não fazia a barba. Aqui com as palmas das mãos viradas para cima no mudra da distribuição equânime de energia e os braços abertos da atitude destemida o Criador sem chicote nem postura de domador passeia em paz entre todos os animais, o leão à sua direita, a raposa à esquerda. Da sua cabeça saem os raios da Razão Ardente, ou do fogo de Tummo, da "candali".
É um Deus com forma humana, humilde. Não tem nada do Jeová, soberbo, Deus dos Exércitos, sempre ciumento e cioso do seu poder ordenando fulminações quando contrariado ou desobedecido. Não é um Jovem soberbo de energia, com "gli splendore della giovenneza"a rodeá-lo e divinizá-lo. Não faria muito boa figura numa parada de estrelas contemporâneas a não ser como figurante secundário. Não fossem aqueles raios de 100.000 orgs que lhe saem pelo alto da cabeça, veríamos nele o Eremita do Tarot que saiu da sua gruta, imbuiu-se do fogo da sua lanterna, e entrou dentro de um sonho flaubertiano e paradisiaco percorrendo num êxtase calmo um mundo onde não existe o mal nem o Talho, e os parques de concentração para animais e homens em que nós transformámos a terra.
Naturalmente os poetas ficaram depois do Caos, do Desastre, do Dilúvio, da Queda de Urano e das Três Idades sabendo muito bem como Teixeira de Pascoais (o homem que se carregava com relâmpagos durante as trovoadas ) que só há uma questão fulcral: O Regresso ao Paraíso, e que tudo o mais é "maya".
Deus o Criador tem as vestes cor de terra de um monge. Deus era certamente um "monachos" (em grego, o que vive só) além de que era monista, monoteísta et par cause. Andava descalço, o que sugere de imediato uma terra sem espinhos, sem rasgões, sem estilhaços de virdo nem de granada - um "integrum", um mundo sem edificado, sem a problemática linguística de Babel, nem a hierarquização maníaca e hipertrofiada de Babilónia.
Deus não fazia a barba. Aqui com as palmas das mãos viradas para cima no mudra da distribuição equânime de energia e os braços abertos da atitude destemida o Criador sem chicote nem postura de domador passeia em paz entre todos os animais, o leão à sua direita, a raposa à esquerda. Da sua cabeça saem os raios da Razão Ardente, ou do fogo de Tummo, da "candali".
É um Deus com forma humana, humilde. Não tem nada do Jeová, soberbo, Deus dos Exércitos, sempre ciumento e cioso do seu poder ordenando fulminações quando contrariado ou desobedecido. Não é um Jovem soberbo de energia, com "gli splendore della giovenneza"a rodeá-lo e divinizá-lo. Não faria muito boa figura numa parada de estrelas contemporâneas a não ser como figurante secundário. Não fossem aqueles raios de 100.000 orgs que lhe saem pelo alto da cabeça, veríamos nele o Eremita do Tarot que saiu da sua gruta, imbuiu-se do fogo da sua lanterna, e entrou dentro de um sonho flaubertiano e paradisiaco percorrendo num êxtase calmo um mundo onde não existe o mal nem o Talho, e os parques de concentração para animais e homens em que nós transformámos a terra.
Naturalmente os poetas ficaram depois do Caos, do Desastre, do Dilúvio, da Queda de Urano e das Três Idades sabendo muito bem como Teixeira de Pascoais (o homem que se carregava com relâmpagos durante as trovoadas ) que só há uma questão fulcral: O Regresso ao Paraíso, e que tudo o mais é "maya".
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