os cães são anjos para certos livros
tørnam-se azuis, levitam, giram à roda de torres
rasgam bandeiras, tangem violinos
e caem sobre as papoulas em chamas doutra primavera
indiciada em certos poemas secretos e graves
que já não são destes tempos de filas e gente aos pulos
os cães correm atrás de todos os carros querem
abocanhá-los sem ternura nenhuma, dilacerar os pneus
impedi-los, chamá-los à irrealidade de onde saíram
por isso amo-os, porque não gostam das corridas
neuróticas e rituais da modernidade
e se eu fosse uma palavra era certamente cão ou polvo
e não tinha asas mas sim preciosos venenos
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home