A PRIMEIRA FIGURA
Na realidade o Presidente da República não serve para nada. Não fala, não comenta, nunca há matéria que lhe seja conveniente, e sobretudo não manda nem comanda - excepto aquelas irritaçõezinhas periódicas de cuspir um vetinho ou outro.
Não produz ideologia, nem filosofia. Não se lhe conhece um dito com piada ou com espírito. Dali não sai uma única ideia original. É uma daquelas ficções republicanas: uma figura que sopra vento e engole ar, e ainda por cima nem sequer é decorativo. Nem a sua cara metade, vestida de cortinado em permanência-
Imagine-se um jantar com S.Exa. Tudo ficaria em estado de prevenção alerta vermelho. Quando me atingirá um perdigoto?
Ou seja é um homem com o qual nem se pode jantar descansado, e que não sabe falar. Aquele enxerto de autoclismo na glote não deu resultado. Devia voltar às aulas de terapia da fala e deixar de fingir que é o Primeiro Senhor dos Portugueses, acompanhado da primeira Dama.
Só mesmo uma nação de abúlicos, de fastidiosos ressentidos, consente em ter uma pessoa assim à sua frente, melhor dito, à sua oblíqua.
Que fazer com aquilo? Deitar fora no vidrão? O vidrão enjoado vomitará uma descarga de vidrinho moído. No caixote do papelão?
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