INSTANTE EXPLÍCITO (A Entrevista)
Hoje na TV 1 , no Só Visto, uma actriz francesa que foi famosa e hoje é produzida por Paulo Branco Produções foi entrevistada. Veio a Lisboa à procura de actores portugueses. Disse que os portugueses tinham rostos fortes, ao mesmo tempo europeus e estrangeiros. Ou seja, um rosto periférico ao da Europa, quiçá mais tosco, mais vernáculo, ainda não cinzelado de todo pela civilização e pelo comfort.
Era uma ideia interessante. Mas o estranho da entrevista é que a entrevistadora portuguesa a entrevistava em inglês (técnico). O que revela como o francês se tornou uma língua exótica, e como é impossível encontrar uma locutora com menos de 30 anos que a fale. Impensável há uns 30 anos atrás, perfeitamente normal, hoje. E très regrettable, acrescento. A actual barbárie anglo-saxónica de facto é a língua da globalização, a francesa era a da civilização.
Foto de Schrodinger: como se vê tinha o o sorriso do gato de Cheshire, um gato roubado a Pantagruel por um presbítero meio perverso.
2 Comments:
Apesar do que escrevi no meu blogue, continuo fiel ao francês (questões de sonoridade, ortografia, e autores estimados).
E penso que igual sensação de liberdade surgiria de línguas como o russo ou o alemão (com as suas declinações), o árabe, o japonês ou um dialecto da Amazónia...
Curioso o que diz sobre o gaélico. Vou "investigar".
Abraço
No entanto, o português sempre é superior em complexidade, sonoridade, a essas duas línguas, o francês e o inglês.
Uma das provas decisivas da riqueza fonética do português é que não há dúvida que aprendemos com mais facilidade todas as outras línguas, enquanto os falantes doutras línguas tem muito mais difculdade em aprender o português.
O que demonstra que a matriz, a paleta sonora nossa, é mais rica e inclusiva. Dá-nos quase todos os sons possíveis em todas as línguas, pelo menos, e com relevância nas chamadas indo-europeias.
Um abraço,
Miguel
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