A GRANDE LASCÍVIA DAS RAPARIGAS FÓSFORO
Ontem deitei-me esponja, hoje acordei vidro. Por isso cumprimentei dez laranjas de manhã, cuja resposta ácida me deu muito prazer. Depois ao ver a rua coalhada de chapelinhos de chumbo pensei em coisas atrozes, o que também me deu muito prazer. Seguidamente entrei num Café Oblíquo, literalmente e em todos os sentidos. A Máquina de Café estava Oblíqua, as chávenas inclinavam-se na direcção do sul. O Almirante careca tinha a chaminé inclinada também para o Sul. E as mamas oblíquas de duas pin-up saíam-me pela cabeça de tanto as fixar.
Pensei por instantes que devíamos ter uma bandeira Oblíqua. A nossa é tão Quadrilátera. Eu sei o que se passava na cabeça de Bordalo quando a desenhou. Estava Mosca. Tinha-se deitado Vidro e acordado Esponja. Absorvia todas as cores de todas as ideologias, e a seguir decapitava a coroa do escudo real.
Há poucas pessoas pára-raios. Eu sou um raro Vidrobrânquio. Entro de para-raios na cornadura com toda naturalidade num banco de Jardim. Tripulo uma acácia em flor. Cada flor é venenosa, e o amarelo é uma cor sem autor. Vejamos a Teoria dos Cães Coabitados. De manhã as chaminés da cidade expulsam cães. Naturalmente aéreos perdem-se por nuvens e outras tesouras aladas. O firmamento é puro fermento.
Eu que criei a Sociedade de Bacos Anónimos para fazer face à crescente despesa com límneas e tabaco astral, devia ter descontos nas galáxias. Mas não, o trote trivial dos quarks tem vindo a atrasar uma nova eclosão de mundos. Por exemplos o Livro As Coxessas das Vanessas hoje saiu pelas torneiras da imprensa a uma velocidad fatal. Chocou com o livro Sacanices de Várias Sandras que se evaporava delicadamente de todos os retovisores do grande engarrafamento quinzenal da Ponte.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home