CORNOVIDÊNCIA
Ao que parece os fakirs, os yogis, os shamans e os taumaturgos desenvolvem siddhis, ou seja, poderes paranormais tais como ficar pequeninos como grãos de areia, bilocalizar-se e aparecer ao mesmo tempo em Évora, Porto e no Porto de Sines, ser invisível, tornar-se do tamanho de montanhas, ficar insensível ao fogo, ler as mentes, ver as auras, ver as encarnações passadas e as futuras (tudo coisas que dão um jeitão, para fugir ao fisco, para enganar maridos, para assustar valentões, para prever ainda mais os previsíveis filhos da puta que se preparam na sombra para nos golpear). Tudo muito bem. Vou ver se faço uma série de novas asanas, e recito o novo mantra de Shiva, para ver se adquiro essas balhanas preciosas, porque sempre quero ver como é a aura do primeiro-ministro - First guess - cinzenta e negra como a dos Asuras - e como é a da minha peixeira (escamosa? a Função se faz o orgão também devia fazer a aura?).
Enfim, adiante. A mim aconteceu-me, de forma inesperada, desenvolver um poder paranormal portentoso- desenvolvi a cornovidência, vejo os cornos tanto de homens como de mulheres, de bispos e de polícias, de padeiras honestas e de mafiosos de alma negra, de todos os sexos e de qualquer idade.
Mas o mais singular de tudo, depois de sair à rua e voltar aterrorizado para casa, tanto era o corno, o cornito, o cornão, o cornóide e o neo-corno vistos na rua, é que havia milhares e milhares de crianças já com cornos!
Fiquei em casa fechado - coisa normalmente para mim fácil e agradável, pois prefiro de longe a solidão à visão da maddening crowd (não sabem o que é? revisitem os vossos clássicos que eu não sou educador do povo! bem basta o Rev. Louçã, o Rev. Portas, a irmã Drago e o Abade Rosas para isso) - a digerir a fenomenal descoberta- Quase 90% do país, seja qual for a idade, sexo, religião, conta bancária, estatuto social, profissão, raça, etnia e por aí fora é Corno! Coisa extraordinária! Fui ver o Eça. O homem pressentia, cheirava-lhe, apalpava, mas não tinha visto a coisa em toda a sua extensão. Nada no Saramago, o que é facil de dizer porque nunca o li.( Ponha pontos, ponha vírgulas, não seja tão hipertexto, Zé!) Muito menos nos modernos, todos ocupados em lamúrias ou dados a putativos sarcasmos, com pele de galinha. Enfim, nenhum escritor antigo ou hodierno vira o que eu vi - um país de Cornúpetos Global!
Estava então tudo explicado, porque é que isto tudo não funcionava, porque não havia iniciativa a não ser emuladora dos países mentores, como a Inglaterra e a França, e a Espanha. Estava por fim explicada a cara dos portugueses, sobretudo em multidão, aquela coisa que se vê nas ruas a arrastar a sua neurose ou psicose colectiva e multicentenária - a cara geral era nem mais nem menos do que a chapada, explícita e irrevogável Cara de Corno.
Depois disto só tenho é que fechar o blog. Ou então aprender Cornês.
Enfim, adiante. A mim aconteceu-me, de forma inesperada, desenvolver um poder paranormal portentoso- desenvolvi a cornovidência, vejo os cornos tanto de homens como de mulheres, de bispos e de polícias, de padeiras honestas e de mafiosos de alma negra, de todos os sexos e de qualquer idade.
Mas o mais singular de tudo, depois de sair à rua e voltar aterrorizado para casa, tanto era o corno, o cornito, o cornão, o cornóide e o neo-corno vistos na rua, é que havia milhares e milhares de crianças já com cornos!
Fiquei em casa fechado - coisa normalmente para mim fácil e agradável, pois prefiro de longe a solidão à visão da maddening crowd (não sabem o que é? revisitem os vossos clássicos que eu não sou educador do povo! bem basta o Rev. Louçã, o Rev. Portas, a irmã Drago e o Abade Rosas para isso) - a digerir a fenomenal descoberta- Quase 90% do país, seja qual for a idade, sexo, religião, conta bancária, estatuto social, profissão, raça, etnia e por aí fora é Corno! Coisa extraordinária! Fui ver o Eça. O homem pressentia, cheirava-lhe, apalpava, mas não tinha visto a coisa em toda a sua extensão. Nada no Saramago, o que é facil de dizer porque nunca o li.( Ponha pontos, ponha vírgulas, não seja tão hipertexto, Zé!) Muito menos nos modernos, todos ocupados em lamúrias ou dados a putativos sarcasmos, com pele de galinha. Enfim, nenhum escritor antigo ou hodierno vira o que eu vi - um país de Cornúpetos Global!
Estava então tudo explicado, porque é que isto tudo não funcionava, porque não havia iniciativa a não ser emuladora dos países mentores, como a Inglaterra e a França, e a Espanha. Estava por fim explicada a cara dos portugueses, sobretudo em multidão, aquela coisa que se vê nas ruas a arrastar a sua neurose ou psicose colectiva e multicentenária - a cara geral era nem mais nem menos do que a chapada, explícita e irrevogável Cara de Corno.
Depois disto só tenho é que fechar o blog. Ou então aprender Cornês.
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